Cotidiano

Reforma do Hospital Regional evidencia novos problemas

A longa novela do Hospital Regional de Toledo, pronto desde 2016 e nunca utilizado, ganha novos capítulos

Após quatro anos entregue e fechado, prédio do Hospital Regional passa por obras - Foto: Fabio Ulsenheimer
Após quatro anos entregue e fechado, prédio do Hospital Regional passa por obras - Foto: Fabio Ulsenheimer

Toledo – A longa novela do Hospital Regional de Toledo, pronto desde 2016 e nunca utilizado, ganha novos capítulos. De acordo com o engenheiro civil e fiscal da obra, Wander Douglas Pires de Camargo, não dá para estipular prazo para conclusão da reforma. “Nós esperamos que tudo seja concluído até o fim deste ano, mas não surpreenderia se a obra se estendesse até os primeiros meses do ano que vem”, admite.

Os motivos da prorrogação estão relacionados com duas paralisações da obra, mas tem mais uma “surpresinha”. “Por conta da pandemia, a obra ficou parada cerca de 50 dias, o que já amplia a data de entrega. Além disso, em uma vistoria mais minuciosa e conforme os trabalhadores foram avançando, quebrando gesso, por exemplo, encontraram outros problemas, que não haviam sido observados no início. Dentre eles, foi visto que a laje não suportaria o peso dos aparelhos de ar-condicionado. Por isso, teremos que adquirir estruturas de metal para fixá-los nos pilares. Também foram encontradas infiltrações em janela e problemas em calhas e rufos. Diante de todas essas questões novas, viu-se a necessidade de um aditivo [de preço e prazo], uma vez que a obra precisa ser feita por completo para que a estrutura possa de fato ser utilizada”, garantiu o fiscal.

Segundo ele, o aditivo passa por trâmites burocráticos e o valor não está definido, mas deve ficar perto de R$ 500 mil. “Ainda há alguns pontos a serem discutidos e, depois da aprovação pelo Município, a empresa que executa a obra também tem os trâmites em relação ao documento, mas acredito que até o fim da próxima semana tudo esteja resolvido”.

20% concluído

Apenas 20% da obra está concluída. “Esses 20% é a parte que já passou por medição, que ocorre mensalmente. Pode parecer pouco, mas, por se tratar de uma obra complexa, o que mais demora é montar toda a base para depois instalar a fiação, que é uma parte rápida. Então, esse percentual é de algumas partes mais demoradas e que não aparentam tanto volume”, resume o fiscal da obra.

O valor repassado a construtora Guilherme é de R$ 1 milhão, menos de 10% dos mais de R$ 11 milhões contratados.

Gestão

A reportagem tem questionado o Município sobre a gestão do hospital, mas não há respostas.

De acordo com a Promotoria de Saúde de Toledo, que acompanha a situação, a informação que existe é que a gestão seria mesmo feita pelo Consamu. Sobre o custeio, houve uma reunião em maio e o Município ainda não tinha definição sobre a situação. A ideia seria contar com aportes municipal, estadual e federal.