Cotidiano

Quadro Negro: Irmão de ex-governadora e dono de construtora são condenados

A operação investiga o desvio de pelo menos R$ 20 milhões que deveriam ter sido usados na construção e em reforma de escolas públicas no Paraná durante a gestão do ex-governador Beto Richa

Foto:Reprodução
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Curitiba – A Justiça do Paraná condenou o ex-vereador de Curitiba Juliano Borghetti (irmão da ex-governadora Cida Borghetti (Progressistas) e o dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, na Operação Quadro Negro, que investiga desvios de cerca de R$ 20 milhões em obras de construção e reformas de escolas estaduais. A decisão é de terça-feira (2) do juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 9ª Vara Criminal de Curitiba. A ex-governadora não é investigada nesse processo.

Juliano Borghetti foi condenado a três anos e seis meses de reclusão por tráfico de influência depois que Souza admitiu ter feito pagamentos a Borghetti, em 2015, em troca de um cargo público comissionado, dentro da estrutura da Vice-Governadoria do Paraná.

Segundo o delator, Juliano Borguetti recebeu R$ 45 mil. Ele poderá cumprir a pena no regime semiaberto e recorrer em liberdade. “Considerando o número de circunstâncias desfavoráveis e o grau concreto de afetação, fixo o regime semiaberto para cumprimento inicial de pena, por se mostrar mais adequado às finalidades preventivo-especiais da pena”, disse o juiz na decisão.

A pena imposta a Eduardo Lopes foi definida em um ano e 11 meses de prisão, considerando a redução prevista no acordo de delação firmado entre ele e o MP-PR (Ministério Público do Paraná). Souza também vai responder em regime semiaberto e recorrer em liberdade.

Quadro Negro

A Operação Quadro Negro investiga o desvio de pelo menos R$ 20 milhões que deveriam ter sido usados na construção e em reforma de escolas públicas no Paraná durante a gestão do ex-governador Beto Richa (PSDB). Ele e outros investigados chegaram a ser presos durante as investigações.

A delação premiada do ex-diretor da Secretaria de Educação do Paraná Maurício Fanini é uma das bases da investigação da operação. Ele foi preso em 2017. Fanini afirmou, na delação, que parte do dinheiro desviado das escolas foi para uso pessoal de Beto Richa.

De acordo com o MP-PR, o setor chefiado por Fanini produzia relatórios fraudulentos sobre obras em colégios do Estado.

Outro lado

A defesa de Juliano Borghetti afirmou que reitera a inocência dele e que vai recorrer da decisão. O advogado de Eduardo de Souza disse que não teve acesso ao processo.