Cotidiano

PSD orienta bancada a alinhar com a oposição

O PSD tem hoje 36 deputados em exercício, mas a conta de 38 considera dois parlamentares licenciados que podem retornar à Câmara

Brasília – Após a debandada da maioria dos deputados do PP, ontem foi a vez do PSD do ministro Gilberto Kassab (Cidades) tomar uma posição majoritariamente pró-impeachment. Por 30 votos a 8, a bancada do partido decidiu orientar no domingo (17) o voto favorável à destituição de Dilma Rousseff.

A decisão complica ainda mais a situação da petista, o que leva deputados a afirmar que a essa altura está ficando incontornável a “onda” favorável ao afastamento da presidente da República.

Kassab esteve na reunião e deixou claro aos deputados, segundo relatos, que iria seguir a decisão que a bancada tomasse. Ele saiu sem falar com a imprensa.

Informado do placar da votação pelo líder do partido na Câmara, Rogério Rosso (DF), o ministro pediu que o anúncio oficial fosse dado somente às 19h para que, segundo foi apurou, ele tivesse tempo de tomar suas “providências”.

O PSD tem hoje 36 deputados em exercício, mas a conta de 38 considera dois parlamentares licenciados que podem retornar à Câmara até domingo: André de Paula (PE), hoje secretário das Cidades de Pernambuco, e Edmar Arruda (PR), que saiu em março por questões de saúde.

A mudança, contudo, não alteraria o placar, já que os dois, que já se declararam a favor do impeachment, voltariam para o lugar dos deputados Paulo Martins (PSDB-PR) e Raul Jungmann (PPS-PE), também favoráveis ao afastamento de Dilma.

PMDB tenta fechar apoio integral

A ala peemedebista favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, que é majoritária, vai tentar até domingo (17), quando o processo contra a petista será votado no plenário da Câmara, convencer o restante da bancada por uma unidade de posicionamento.

Em reunião na residência oficial do vice-presidente da República, Michel Temer, na noite de terça-feira, que contou com a presença inclusive do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), aliado do governo, deputados discutiram o melhor caminho a adotar.

PDT contra

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Weverton Rocha (MA), afirmou ontem que o partido reafirmou a decisão da Executiva nacional, tomada em janeiro, de se posicionar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. De acordo com Rocha, todos os 20 votos da legenda serão de apoio ao governo. “Se não votar segundo a orientação partidária, em maio tem reunião do diretório, a quem caberá resolver isso”, disse. O posicionamento foi referendado em reunião na noite de terça com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, o ministro das Comunicações, André Figueiredo (PDT), e 19 dos 20 deputados federais.