Foz do Iguaçu – O Senado aprovou no dia 16 de dezembro, em turno suplementar, o projeto de lei 186/2014, do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que regulamenta os jogos de azar no Brasil.
A matéria é ampla e, caso aprovada definitivamente nos próximos meses, tornará legais do jogo do bicho aos cassinos. A notícia é comemorada por empresários e por pessoas envolvidas com o turismo em Foz do Iguaçu e fronteira com o Paraguai e a Argentina.
Esse será um grande negócio para a região trinacional, consolidando o destino Iguassu como um dos mais procurados do mundo, diz o ex-presidente da Acifi e do Codefoz, Danilo Vendruscolo.
A proposta de Ciro Nogueira foi aprovada na Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional, do Senado, mas para entrar em vigor ainda dependerá de outros passos e vencer a resistência de alguns, a exemplo do senador Cristóvão Buarque, que considera os jogos de azar concentradores de renda.
Caso a medida entre em vigor, a regulamentação abrangerá cassinos, bingos, jogos eletrônicos e jogo do bicho. Um dos motivos de a matéria demorar tanto tempo para entrar em pauta seria o lobby da Caixa Econômica Federal, que não teria interesse em perder a monopólio sobre jogos, a exemplo do que ocorre com as loterias e outras modalidades, a exemplo da mega-sena.
Proposta
Danilo Vendruscolo ressalta que o projeto de defesa da liberação dos cassinos está no debate de implantação da Zona Especial de Turismo em Foz do Iguaçu.
Temos grande interesse na regularização do tema. Se Cidade do Leste, no Paraguai, e Porto Iguaçu, na Argentina, têm seus cassinos, por que Foz também não pode oferecer esse atrativo aos seus turistas, pergunta Danilo, que acaba de assumir como coordenador da Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística do Programa Oeste em Desenvolvimento.
Mais dias
O presidente do Comtur, o Conselho Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu, Licério dos Santos, concorda com Danilo Vendruscolo em outro ponto importante: os cassinos são grandes geradores de empregos e tributos.
Ou seja, além de bom para a economia da região, o governo teria uma excelente fonte adicional de impostos em mãos.
Precisa avançar e com urgência no Brasil, conforme Licério, o debate de assuntos como esse com coesão e responsabilidade. Em vez de proibir, esses temas precisam ser regulamentados e permitidos.
Com a implantação de cassinos, Foz e região trinacional segurariam parte dos turistas por mais dias na fronteira, gerando maior circulação de dinheiro e fortalecimento econômico.
Não vejo porque o governo seria contra, já que a tributação desse tipo de negócio é elevada, afirma Licério.
O prefeito de Foz, Reni Pereira, tem especial interesse no assunto, já que sabe das vantagens que esse diferencial traria à região trinacional. Com o fortalecimento de outras formas de turismo, além do das belezas naturais e de compras, a região ficaria, como ocorre ainda hoje, menos refém da variação do dólar. Há anos, grandes grupos que investem em cassinos no mundo demonstram interesse em Foz do Iguaçu.
(Com informações de Jean Paterno)