Cotidiano

Polícia Federal chega ao apartamento de Adriana Ancelmo para vistoria

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RIO – Uma equipe com quatro agentes da Polícia Federal chegou às 15h10 desta terça-feira ao apartamento da ex-primeira dama Adriana Ancelmo, no Leblon, Zona Sul do Rio. A inspeção no apartamento onde ela vai cumprir a prisão domiciliar foi uma condição imposta pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, para que ela pudesse deixar Bangu 8, onde está presa desde dezembro do ano passado.

O objetivo é verificar se não há mais linha telefônica e acesso à internet no imóvel e se foram recolhidos os aparelhos de comunicação, como celulares, computadores e tablets. Com a determinação de Bretas para a vistoria, ocorrida no fim da tarde desta segunda, o advogado Luís Guilherme Vieira, que defende Adriana, disse acreditar que ela deixa o Complexo de Gericinó, em Bangu, ainda nesta terça-feira.

Ainda segundo o advogado, os filhos mais velhos do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), frutos do seu relacionamento anterior, têm cuidado dos dois irmãos mais novos, filhos de Adriana com o peemedebista.

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Na manhã desta terça, um homem fez um protesto em frente ao prédio onde morava Adriana. “Corrupção na cadeia” e “Eu sempre ralando e os políticos sempre roubando” foram algumas das frases escritas nos cartazes. Na madrugada de domingo para segunda, houve um panelaço em frente ao edifício e cartazes foram colocados em canteiros com as frases “Direitos iguais para detentas” e “Quero roubar e ter prisão domiciliar”.

LIMINAR GARANTE PRISÃO DOMICILIAR

A ministra Maria Thereza de Assis Moura, do STJ, concedeu uma liminar na última sexta-feira autorizando a prisão domiciliar da ex-primeira-dama. O benefício já havia sido concedido pela primeira instância da Justiça Federal, mas foi cassado em seguida pelo desembargador Abel Gomes, Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), que alegou que a medida representava uma quebra de isonomia com as milhares de mães presas que não recebiam o mesmo tratamento.

A lei dá aos juízes a possibilidade de converter a prisão preventiva em domiciliar quando se trata de mães de filhos de até 12 anos, caso de Adriana. Ela é ré por organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ainda nesta segunda-feira, o Ministério Público Federal (MPF) estudava entrar com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão do STJ.

No último dia 17, Bretas estabeleceu condições para que Adriana fosse para a prisão domiciliar: ela deve ficar em um imóvel sem linha telefônica e sem acesso à internet. O apartamento, porém, precisaria passar por uma vistoria. A defesa apresentou um laudo semana passada para apontar que os aparelhos de comunicação tinham sido retirados do imóvel e as linhas telefônicas e internet tinham sido cortadas. Como se passou uma semana desde que o documento foi protocolado, o engenheiro eletrônico que assinou o laudo voltou ao imóvel para verificar se a situação permanecia a mesma. O novo documento foi apresentado pelos advogados da ex-primeira-dama.