Curitiba – O Paraná foi o Estado que mais criou empregos no setor de serviços nos dois primeiros meses do ano. Enquanto a maior parte do País cortou vagas por conta da crise econômica, o mercado paranaense criou 3.418 empregos no setor com carteira assinada. O saldo, resultado da diferença entre admitidos e demitidos, foi puxado, principalmente, pelas contratações na área de educação.
Santa Catarina ficou com o segundo melhor resultado, com 2.214 vagas, seguida pelo Mato Grosso, com 1.892 e Goiás, com 1.514. Os dados são de um levantamento do Observatório do Trabalho, da Secretaria Estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social, com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego.
Com o desempenho, o Paraná respondeu por 28,25% de todo o saldo positivo de empregos no setor no bimestre, de acordo com Juliano Padilha, economista do Observatório. O levantamento não considera as declarações entregues ao Ministério fora do prazo.
O resultado do Paraná contraria a tendência brasileira. Das 27 unidades da federação, 16 registraram saldos negativos no bimestre. No total, o Brasil eliminou 26,3 mil empregos no período, influenciado principalmente pelos resultados do Sudeste. O Rio de Janeiro cortou 13,8 mil vagas e São Paulo 5,6 mil.
Desaceleração
Considerado um dos últimos pilares de resistência à crise, o setor de serviços começou a desacelerar no País no fim do ano passado. É um setor que depende do mercado interno. Ao contrário do que ocorre na indústria e na agropecuária, não é possível exportar serviços. Por isso que, com a economia em retração, o consumo de serviços vem caindo, diz Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social).
Os números indicam, no entanto, que o mercado interno paranaense está sofrendo menos com a crise. Ainda que seja afetado por ela, o setor de serviços está sendo capaz de gerar mais vagas. O que é um dado positivo, explica.