Cotidiano

“Oncinhas” são soltas em recinto do Refúgio Biológico de Itaipu

O espaço, com 2 mil metros quadrados, faz parte do roteiro de visitação do Complexo Turístico Itaipu

A oncinha fêmea vai se chamar Poty
A oncinha fêmea vai se chamar Poty

Os dois filhotes de onça-pintada (Panthera onca) nascidos no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), de Itaipu Binacional, no dia 29 de novembro, deixaram o berçário e foram soltos, na manhã desta sexta-feira (3), pela primeira vez no recinto dedicado à conservação da espécie. O espaço, com 2 mil metros quadrados, faz parte do roteiro de visitação do CTI (Complexo Turístico Itaipu).

As oncinhas são fêmeas, melânicas (coloração preta), e ficarão no recinto com a mãe, Nena, pelos próximos 30 dias. Depois, o espaço será ocupado alternadamente pelo pai, Valente. Ambas estão bem de saúde: a mais pesada está com 6,6 quilos (nasceu com 980 gramas); a menor, com 6,4 quilos (nasceu com 908 gramas).

O médico veterinário Pedro Teles, da Itaipu, explicou que a liberação no recinto, 65 dias após o nascimento, reproduz o comportamento natural da espécie. “Na natureza, esses animais também começam a sair da toca com cerca de dois meses, para acompanhar a mãe nas caçadas, atravessando rio, e outras atividades”, indicou.

A separação dos filhotes da mãe será com aproximadamente um ano e meio. Após esse período, os animais serão encaminhados para outros espaços de conservação ou projetos de reprodução. A ideia em discussão com órgãos ambientais, de acordo com Teles, é usar as oncinhas para uma etapa de transição entre a criação em cativeiro e a soltura na natureza. “Não elas, mas talvez os filhos delas e as gerações seguintes possam ser animais de vida livre.”

“A onça-pintada é uma espécie bastante ameaçada, principalmente a população de Mata Atlântica, de onde veio o pai dessas oncinhas (Valente). Por isso, é importante reproduzir continuadamente, criar um estoque genético, para que no futuro possamos devolver essa espécie à natureza com segurança”, completou.

 

Turismo

A liberação dos filhotes no recinto das onças-pintadas pegou de surpresa a primeira família de turistas que passou pelo local, ainda na manhã desta sexta-feira. “A gente esperava ver a onça, mas não os filhotes. Para nós é um grande prazer. E é importante que as crianças saibam que existem instituições que mantêm e preservam esses animais”, comentou Maikel Vieira, eletricista de Nova Prata (RS), que visitava o Refúgio pela primeira vez. Ele estava acompanhado de toda a família: a filha Livia, de 6 anos, e o filho Murilo, de 14; a mulher Katiane e os sogros Divino e Lidia Muraro.

A gerente de Negócios do CTI, Silvana Gomes, avalia que a presença dos filhotes vai impulsionar a visitação ao Refúgio Biológico, assim como as calhas do vertedouro (abertas desde o dia 14) tiveram impacto positivo na procura pela visita à usina hidrelétrica de Itaipu. Em janeiro, por exemplo, o passeio Itaipu Panorâmico teve aumento de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. “Então são muitas as possibilidades de visita, para conhecer as novidades e saber um pouco mais sobre a usina e suas ações ambientais”, afirmou.

 

Como visitar

Para quem quer ver as oncinhas, as visitas ao Refúgio Biológico estão abertas de quarta a segunda-feira (só é fechado às terças, para manutenção dos espaços). O passeio dura aproximadamente 2h30, incluindo uma caminhada leve. Moradores de municípios lindeiros ao Lago Itaipu não pagam ingresso.

Ao todo, o Complexo Turístico Itaipu oferece atualmente cinco opções de passeio: além do Refúgio, Itaipu Panorâmica (a mais procurada), Itaipu Especial (com parte do roteiro dentro da área industrial), a Itaipu Iluminada (sempre às sextas-feiras e sábados) e o Itaipu By Bike.