BRASÍLIA – O ministro do Planejamento, Romero Jucá, disse nesta quinta-feira que o governo federal não vai quantificar a dívida da Eletrobras na meta fiscal desse ano, que será enviada ao Congresso Nacional na próxima segunda-feira. Segundo o ministro, a nova meta será enviada com uma “ressalva” sobre a possibilidade de o passivo ser incluído no resultado fiscal.
(Sobre) essa discussão da Eletrobras, nós vamos aguardar primeiro o processo de investigação. A Eletrobras será uma ressalva na meta fiscal. Não temos quantificado ainda e se vai haver ou não impacto (na meta) com o relatório da Eletrobras. Isso será ressalvado do resultado da meta e não será numericamente especificado disse Jucá.
Segundo técnicos da equipe econômica, no cenário mais pessimista, o impacto seria de R$ 40 bilhões, mas o número mais provável gira em torno de R$ 15 bilhões. A Eletrobras precisaria publicar seu balanço até ontem. No entanto, até agora, a empresa de auditoria KPMG não assinou o balanço, que tem pendências, decorrentes da dificuldade da Eletrobras de mensurar as perdas decorrentes do esquema de corrupção revelado pela Operação Lava-Jato.
O governo tem que ter cautela e responsabilidade. Eu espero que a Elebrobras possa concluir, junto com as empresas contratadas, o levantamento e a KPMG aferir no balanço qual tipo de lançamento precisa fazer para ressalvar qualquer investigação afirmou o ministro do Planejamento.
Romero Jucá afirmou que o nome número da meta fiscal ainda não foi fechado. Em reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ficou acertado de votar a meta na próxima terça-feira. Jucá esteve hoje no Ministério da Fazenda, em rápida conversa com o ministro Henrique Meirelles e a nova presidente do BNDES, Maria Silvia.