Cotidiano

Mulher é vítima de gripe suína em Toledo e Adapar monitora as propriedades rurais

Mulher é vítima de gripe suína em Toledo e Adapar monitora as propriedades rurais

Toledo – Uma mulher de 42 anos e em tratamento contra câncer morreu em Toledo, vítima de gripe suína. A informação foi divulgada pelo Laboratório de Vírus Respiratório, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC/Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz). A confirmação também foi feita pela Secretaria Estadual da Saúde. Amostras foram encaminhadas para análise do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, localizado nos Estados Unidos, para fins de caracterização. Diante do caso, a Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), passou a monitorar as propriedades de suínos em Toledo e, até agora, não há registro da doença em animais.

A vítima morava em uma propriedade rural dedicada à criação de suínos. Toledo é a cidade com o maior plantel suinícola do Brasil, girando em torno de 20 milhões de cabeças. A mulher apresentava o câncer em adiantado estado e ao ser internada, os exames detectaram a presença da influenza A (H1N1), de origem suína.

Imediatamente, a 20ª Regional da Saúde, de Toledo, emitiu a notificação para a Secretaria da Saúde do Paraná que, por sua vez, informou o Ministério da Saúde e a OMS (Organização Mundial da Saúde). De pouca patogenicidade, o vírus é de baixíssima circulação no Estado. Desde 2015, foram contabilizados oito casos da doença, até então sem nenhum óbito.

Evolução

De acordo com informações apuradas pela equipe de reportagem de O Paraná junto à Fiocruz, a paciente começou a apresentar os primeiros sintomas como febre, dores de cabeça, garganta e abdominais em 1º de maio. No dia 3, ela foi hospitalizada por conta de uma infecção respiratória aguda grave e no dia 4, transferida para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Um dia depois, ela não resistiu e faleceu. Como parte das atividades regulares de vigilância de vírus respiratórios, na internação houve a coleta de amostra de swab nasofaríngeo para teste de influenza e SARS-CoV-2.

Para a chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais, Marilda Mendonça, esse caso registrado em Toledo, não tem relação com o vírus H5N1, o da transmissão da gripe aviária e sem registro de casos no Brasil. Tendo como referência as investigações epidemiológicas, a paciente não teve contato direto com os suínos na propriedade.

Vale ressaltar que o vírus não é transmitido por meio do consumo de carne dos animais dessa espécie. Porém, a transmissão pode ter ocorrido por meio de outras pessoas da fazenda que tinham o habito de lidar cotidianamente com os suínos e teriam tido contato com a paciente. Ambos passaram por exames e os resultados deram negativo para par doença respiratória e influenza.

Esse caso da mulher de 42 anos de Toledo é o primeiro registrado neste ano e a terceira infecção humana no Paraná. A primeira foi em 2021 e a segunda, em 2022, porém, as anteriores não levaram os pacientes a óbito. A infecção por gripe suína ainda não conta com imunizante direto. A vacina contra a gripe sazonal tem poder de minimizar o adoecimento a partir de infecções pelos vírus da gripe humana e variantes.

“Baixo risco”

No mais recente relatório emitido pela Organização Mundial da Saúde, a avaliação é de baixo risco de transmissão comunitária. Para entender melhor a gripe suína, a Fiocruz informa que quando os seres humanos estão infectados com vírus influenza que normalmente circula entre os suínos, passa a ser chamado vírus variante, designado pela letra v. No caso, o vírus da gripe suína é o H1N1(v). Esse vírus, a exemplo do H1N2 e H3N2 de origem suína, infectam humanos após a exposição direta e indireta ou em ambientes contaminados.

Essas infecções por meio de variantes acabam por resultar em doença clínica leve. Até agora, essas infecções humanas esporádicas provocadas pela A(H1N1)v e A(H1N2)v foram relatadas no Brasil, sem evidência de transmissão sustentada de pessoa por pessoa.

Foto Ilustrativa: AEN