BRASÍLIA – O presidente da comissão especial do impeachment no Senado, Raimindo Lira (PMDB-PB), pediu nesta quarta-feira que os aliados da presidente afastada Dilma Rousseff retirassem de suas declarações a palavra “usurpador” para se referir ao presidente interino, Michel Temer. A expressão foi usada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Os senadores disseram que tinham direito de usar a palavra, e Lira então determinou retirada das notas.
? Peço que retirem a palavra usurpador das notas taquigráficas. Se fosse (usurpador), não estaríamos aqui, agora ? disse Raimundo Lira, alertando que o processo de impeachment está ocorrendo de acordo com todas as normas legais.
O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) reagiu de forma inusitada.
? Não entendo toda essa celeuma. Na fronteira, barata sabida não atravessa galinheiro. Quem vai definir isso, corretamente, é o presidente Lewandowski ? disse Moka.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que os aliados de Dilma têm direito de reclamar das pressões para agilizar o julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff.
? Não acredito que Renan (Calheiros) vá fazer qualquer processo de atropelo. Desde o início, disse que não iria manchar sua biografia ? disse Humberto Costa.
Os senadores se irritaram com a tentativa dos aliados de Dilma de tentar impedir o início da discussão do parecer apresentado ontem pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do processo.
Vanessa Grazziotin, aos gritos, queria que eles apontassem problemas técnicos no parecer, e irritou Raimundo Lira, que suspendeu a sessão por dois minutos.