Reportagem: Josimar Bagatoli
Devido às obras há dois anos no Pronto-Socorro do Hospital Universitário de Cascavel, pacientes encaminhados por equipes do Siate (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência) superlotam as UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento). O acordo era que o serviço seria prestado pela rede municipal até o fim das obras no HU, previsto para novembro passado.
Passados nove meses, a imediata liberação do PS será cobrada hoje em reunião no Comitê Municipal e Regional de Urgências e Emergências realizada na 10ª Regional de Saúde.
A Construtora Brock Ltda ganhou o certame pelo valor de R$ 3.358.904,30, valor que englobava outras obras, como reforma/adequações da Enfermaria Ala G2 e reforma/adequações da UTI Pediátrica. O contrato foi assinado em novembro de 2014 e deveriam ficar prontas em dois anos, mas as obras do PS tiveram início só em 2017. A empresa pediu aditivo de custos e aguarda o pagamento do Estado. Somente o serviço do PS está pendente.
Além dos casos clínicos atendidos pelas equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), as UPAs também precisam atender os encaminhamentos de traumas decorrentes de colisões. A maior dificuldade são os casos ortopédicos. Não há procedimentos cirúrgicos nas UPAs, no entanto, com o pronto-socorro interditado no HU, os pacientes acabam triados pela rede municipal, onde ficam à espera de leitos do SUS (Sistema Único de Saúde) para internamento. “Antes da reforma, pacientes em estado grave ou gravíssimo de ortopedia iam direto para o HU e não precisavam aguardar na UPA”, explica o secretário de Saúde, Thiago Stefanello.
A proposta do Município é de que o HU possa receber novamente esses pacientes sem que passem pelas UPAs. “Os pacientes cirúrgicos de ortopedia aguardam muitos dias nas UPAs e deveriam ir direto ao HU nos casos de maior gravidade e ao Hospital Nossa Senhora da Salete em casos de menor gravidade”, diz Stefanello.
No entendimento do secretário, a normalização do fluxo garante um atendimento mais adequado aos pacientes. Sobre uma possível prorrogação, Stefanello diz que “o Município não aceita, mas a decisão é do Comitê Regional de Urgência e Emergência”.
Aumento da capacidade
O diretor técnico do Consamu (Consórcio Intermunicipal Samu Oeste), Rodrigo Nicácio, avalia como necessária e urgente a reabertura do Pronto-Socorro. “Já passamos dez meses do prazo. Com o PS na nova aérea – mais que o dobro da área atual -, o HU conseguirá aumentar a capacidade para acolher casos que necessitam de avaliação e/ou cuidados hospitalares. O sistema de urgência já fez seu sacrifício”, considera.
A estrutura do PS do HU passa de 600 metros quadrados para 1.000 metros quadrados.
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