Cascavel - O tempo está aberto com sol, não tem chuva e também não tem funcionários trabalhando na obra do Bairro Lago Azul que volta a progredir a passos lentos. No mês passado, a segunda rua que faltava ser asfaltada no bairro – a Rua Lagoa da Pinguela – começou a receber o tão sonhado asfalto, após mais de quatro anos de espera, mas logo o que foi motivo de alegria para os moradores voltou a ser motivo de preocupação.
O secretário municipal de Serviços e Obras Públicas de Cascavel, Severino Folador, admitiu que a obra está a passos de tartaruga, mas garantiu que ela vai terminar.
“A gente está acompanhando todos os dias a obra, a gente vai à obra praticamente todos os dias. É uma empresa que não tem uma capacidade tecnicamente grande, é por isso que nós atendemos aqui o pessoal das associações, o sindicato das empresas, para que a gente possa ver uma maneira de até fechar mais esse processo”, garantiu.
Folador disse que o problema é que a empresa que venceu é de fora da cidade, dificultando ter um canteiro de obras, pedreira e até uma usina e o resultado disso é o que acontece no Lago Azul.
“Estamos em cima, eles entregaram metade do serviço, está quase entrando na reta final para que a gente possa fazer o asfalto nos próximos dias da segunda metade e eu creio que mais dias a gente possa concluir a parte do asfaltamento”, previu ele.
O secretário lembrou que depois do asfalto, terá ainda o trabalho das calçadas para serem executadas e admitiu que não é todo dia que a empresa trabalha.
“Não sei se a empresa consegue terminar tudo aquilo que está contido no projeto em 60 dias vai ter que checar toda semana, porque às vezes ela trabalha, às vezes ela não trabalha, mas se eu romper o contrato, nós vamos ficar mais seis, oito, dez meses parados até que eu possa contratar uma nova empresa”, falou Folador.
Para ele, para que a obra não pare novamente, o Município, por orientação do prefeito Renato Silva, decidiu manter uma negociação com a empresa, acompanhar e fazer com que ela conclua aquilo que ela foi contratada e frisou ainda que já foi informado a empresa que ela não terá direito a aditamento de prazo e nem de valor e a expectativa é que os moradores do Lago Azul tenham asfalto até o fim do ano.
Somente nesta rua serão aplicadas cerca de 300 toneladas de massa asfáltica, por meio de um trabalho minucioso no qual o asfalto passa por uma máquina, em seguida é despejada na via e moldado pelos funcionários.
A obra ainda inclui a Rua Lagoa Rodrigo de Freitas, que já está pavimentada e as calçadas e meio-fio finalizados. O valor total da obra é de R$4.389.961,50, sendo feita pela Construtora Executar de São Paulo, mesma empresa que fez as obras da Rua Jacarezinho, na Região Leste da cidade.
Prazo vencendo
Esta é a segunda vez que a Prefeitura de Cascavel faz uma licitação para conseguir asfaltar as vias. O prazo para a finalização das obras que começou no dia 30 de setembro do ano passado era fim de junho, mas com apenas 34% executado na época, a Sesop (Secretaria Municipal de Serviços e Obras Públicas) prorrogou por mais 60 dias o prazo da obra e, com isso, a empresa tem até fim deste mês de agosto para encerrar os trabalhos, o que não deve ser cumprido, já que ainda tem bastante coisa a ser feita.
Esta é a segunda empresa contratada pelo Poder Público para executar as ruas. A primeira empresa, que venceu a licitação ainda no começo de 2021, antes da pandemia do Covid-19 não terminou os trabalhos. As obras começaram com a previsão inicial de serem concluídas em até um ano, março de 2022, mas foram paradas por diversas vezes. No final de 2022, a Sesop anunciou que as obras seriam retomadas e um novo prazo foi dado, prorrogando a entrega para 2023. Mesmo assim, o prazo não foi cumprido o que acabou levando o Município a romper o contrato, considerando abandono da obra.
A obra foi entregue com apenas 33% de execução. Na época, a empresa alegou o aumento muito elevado no preço dos materiais e mesmo com os valores passando de R$ 4,6 para R$ 5,2 milhões, ela não deu conta de terminar. O bairro, que era um loteamento antigo, e na época não foi exigido a infraestrutura que há apenas alguns anos acabou sendo incorporado de área rural para urbana.