APRIMORAMENTO

Itaipu promove capacitação em Agroecologia para comunidades rurais do Paraná

Foto: Divulgação/Itaipu
Foto: Divulgação/Itaipu

Paraná - Camponesas e camponeses de mais de 30 cidades do Paraná estão participando de uma série de cursos técnicos em Agroecologia, promovidos pelo Projeto Bem Viver. Essa iniciativa busca fortalecer a agroecologia nas comunidades rurais do estado, oferecendo capacitação técnica e prática.

Parceria para a sustentabilidade

A capacitação é resultado de uma parceria entre o Instituto Latino-Americano de Agroecologia Contestado (ICA) e a Itaipu Binacional, por meio do Programa Mais que Energia, alinhado ao Governo Federal.

Os cursos abrangem tanto aulas práticas, como o uso de alternativas naturais para o controle de pragas, quanto discussões teóricas sobre agroecologia, abordando temas como resistência, reforma agrária popular e transformação social.

Onde acontecem os cursos

Atualmente, 60 participantes estão distribuídos entre três instituições de ensino:

  • Escola Milton Santos (EMS), em Maringá;
  • Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia (Ceagro), em Rio Bonito do Iguaçu;
  • Escola Latinoamericana de Agroecologia (ELAA), na Lapa.

Transformando realidades

Luciano José Carneiro, morador da comunidade Cacique Cretã, em Palmas, participou do curso no Ceagro e destaca a importância da iniciativa:

“É algo instigante, que faz você querer produzir com qualidade, com saúde. Quando implantamos essas técnicas, mostramos para a comunidade que isso é possível, viável e rentável.”

Agroecologia como resposta ao caos climático

De acordo com a engenheira florestal Priscila Monerat, coordenadora do Projeto Bem Viver, os cursos ajudam a qualificar a produção de alimentos saudáveis e promovem a conservação ambiental.

“Estamos presenciando muitos episódios de caos climático, fruto de um modelo de agricultura que desmata, usa veneno e monocultura. A agricultura camponesa é uma alternativa, pois produz alimentos em quantidade e qualidade sem destruir os bens comuns.”

Conteúdo abordado nos cursos

Os participantes aprendem tanto a teoria quanto a prática agroecológica, explorando temas como:

  • História da agroecologia e suas políticas públicas;
  • Gênero e agroecologia;
  • Enfrentamento ao agronegócio;
  • Proteção da biodiversidade;
  • Saúde popular e produção de bioinsumos;
  • Funcionamento de cooperativas e comercialização de produtos;
  • Preparo de fertilizantes naturais;
  • Meliponicultura (criação de abelhas-sem-ferrão);
  • Sistemas Agroflorestais (SAFs) para produção e conservação ambiental.

A zootecnista Gisele Fernanda Mouro, professora do Instituto Federal do Paraná (IFPR) – Campus Ivaiporã, destaca a importância da meliponicultura e da homeopatia como ferramentas essenciais para a produção agroecológica.

Multiplicando a agroecologia

O objetivo do curso é capacitar os participantes para que levem esses conhecimentos para suas comunidades, promovendo mudanças sustentáveis.

O IFPR é parceiro na Escola Milton Santos, onde está sendo planejada uma nova formação, aprofundando estudos em bioinsumos e homeopatia.

Expansão e impactos ambientais

O Projeto Bem Viver também atua no reflorestamento de áreas degradadas e na implementação de SAFs. Como resultado:

  • Mais de 26 mil mudas foram plantadas em 30 mil metros quadrados;
  • Três viveiros de mudas nativas estão sendo construídos;
  • Dois hortos medicinais serão inaugurados este ano.

Essas ações beneficiam comunidades da reforma agrária e povos indígenas, consolidando a agroecologia como ferramenta de sustentação e resistência no Paraná.

Fonte: Itaipu