Cotidiano

Gargalos: Setor produtivo do Oeste quer integração com políticos para soluções

Gargalos: Setor produtivo do Oeste quer  integração com políticos para soluções

Lideranças do setor produtivo do Oeste do Paraná e também políticas se reuniram ontem (16), em Cascavel, no 1º Fórum Econômico e Político do Oeste do Paraná. O evento que foi organizado pela Caciopar em parceria com o POD (Programa Oeste em Desenvolvimento) e pela Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), teve como objetivo principal discutir os grandes desafios que limitam o desenvolvimento da região.

“Felizmente, fomos ouvidos e principalmente compreendidos, porque a finalidade desse trabalho é aproximar os mais diferentes atores da região para, juntos, refletir sobre os principais gargalos inibidores do desenvolvimento do Oeste, eleger e empregar os métodos certos para superá-los”, acentuou o presidente da Caciopar, Lucas Eduardo Ghellere.

A convenção foi dividia em três painéis: infraestrutura, agronegócio e Itaipu e a atuação regional. De acordo com o presidente em exercício do POD, Alci Rotta Junior, o evento teve como objetivo principal aproximar a classe política com as demandas e gargalos da região. “O nosso primeiro fórum econômico e político, uma ação inovadora, teve como objetivo de conectar nossa classe política com as demandas e gargalos do Oeste. De forma alguma é uma cobrança ou algo nesse sentido, mas, sim, tentar aproximar esses dois elos de forma muito respeitosa. A gente sabe que tudo passa pela política e nada mais coerente do que a gente se conectar, cada vez mais, e encontrar caminhos para resolução desses gargalos.”

O presidente da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) e prefeito de Toledo, Beto Lunitti, destacou a importância da classe política em eventos dessa magnitude. “O que a gente busca é fazer a articulação como instituição Amop com os setores da sociedade. E o mundo empresarial parece que começou a descobrir que é importante sim ter uma conexão com o setor público, com o setor da política.”

 

Infraestrutura

O painel de infraestrutura contou com temas como a Nova Ferroeste, a nova concessão das rodovias do Paraná, energia e demandas de infraestrutura da tríplice fronteira. O presidente da Acifi (Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu), Danilo Vendrusculo, destacou que os debates são importantes para discutir os problemas da atualidade.

“Nós temos as questões desse momento. O modal que nós temos nesse momento, o único modal é o modal rodoviário. Neste modal precisamos, urgentemente, da duplicação do principal corredor que é o da BR-277 que vai até Paranaguá e a melhoria, principalmente, na descida da serra.”

Segundo Vendrusculo, além das questões da atualidade, também é necessário pensar a infraestrutura em longo prazo. Conforme ele, um dos projetos que deveriam ser discutidos é uma ligação ferroviária entre o Brasil e o Chile, visando a aproximação do mercado brasileiro com a Ásia. “Quando a gente fala de logística, temos que ter uma visão muito clara do continente sul americano e, coincidentemente, o Oeste do Paraná, o Paraguai, essa região; nós estamos no centro do continente sul americano. Se você olhar de Leste a Oeste, você tem Paranaguá e a Oeste você tem Antofagasta, no Chile, e precisamos urgentemente ter essa conexão através de uma ferrovia, de um corredor ferroviário ligando o Atlântico com o Pacifico para que realmente essa região toda possa trazer investimentos, gerar emprego e renda”.

 

Concessão de rodovias

Já sobre o painel das concessões das rodovias, Alci Rotta Junior destacou que a região Oeste promoveu grandes avanços na nova concessão das rodovias do Paraná. “Temos que publicar e valorizar que tivemos grandes avanços na questão do pedágio, uma delas é a saída da outorga onerosa, o Estado do Paraná vai ser o único da Federação que vai licitar os pedágios sem essa modalidade, isso é um avanço.”

Contudo, ele argumenta que outros pontos da nova concessão ainda preocupam o setor produtivo e que essas questões ainda devem ser analisadas. “A gente também tem que valorizar o Governo Federal, a iniciativa dele de isentar a curva de aporte do 1° até o 17º ponto percentual, isso é garantia de aumento de desconto, ainda mais redução nos pedágios. Mas claro que alguns pontos que já estão definidos nos preocupam e outros a gente tem muita esperança e expectativa de conseguir, entre eles a questão da aprovação do PL 1712/22, que trata da redução dos impostos. Isso pode impactar de 15% a 20% na redução dos pedágios, então uma redução significativa. Sempre lembrando que a nossa preocupação é de sempre entregar uma tarifa justa, uma tarifa acessível e, claro, que com a retomada das obras. Não se trata de ser pessimista, de pensar negativo, muito pelo contrário, a gente torce e espera que finalmente se tenha uma estrutura de infraestrutura condizente com as riquezas que a gente produz.”

 

Agronegócio

O segundo painel foi sobre Agronegócio, com destaque ao direito à propriedade e à taxação do agro. “O agro é a mola de desenvolvimento do Oeste e do Brasil. O artigo 5º da Constituição garante um direito fundamental, o da propriedade. Não somos contra a reforma agrária nem contra o índio, pelo contrário. Somos contra invasão e violência”, destacou o presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Orso.

O advogado Juliano Murbach falou sobre taxação no agro, acentuando que sem ele o País teria dificuldades de fechar suas contas no azul. Segundo ele, o agro precisa ser tratado de forma diferente porque, do contrário e com tributos desproporcionais, isso poderá significar desemprego e aumento de informalidade. Tiago Risso, diretor de Negócios da Cresol, informou sobre Seguro e crédito rural, e o presidente da Funtec, Renato Tracht, sobre Conectividade Rural. “Sem investimentos nessa área, o agro não alcançará as produtividades que já pode atingir”, afirmou.

 

Itaipu

O terceiro painel focou atuação regional da Itaipu. O presidente do PTI, Irineu Colombo, disse que o novo governo seguirá os eixos da sustentabilidade, social e infraestrutura. O Parque Tecnológico Itaipu, seguiu ele, vai ampliar, por meio de três fundos, repasses a startups e a empresas de perfil inovador. “Seremos generosos em projetos à geração de empregos e criação de empresas”, disse Irineu.

Foto: Assessoria/Caciopar

 

Os encaminhamentos

Os deputados também se manifestaram e foram unânimes em parabenizar a ideia do evento e se colocaram à disposição para pensar estratégias à superação das dificuldades apontadas. “Há vontade de tornar esse fórum em permanente. Vamos elaborar síntese do que foi apresentado aqui e enviá-la a todos os parlamentares e ao governo estadual”, disse Lucas Ghellere, que sugeriu também incluir um tópico no documento priorizando a área da segurança pública.