Cascavel – A Sedest (Secretaria estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo), o IAT (Instituto Água e Terra) e a Secretaria Estadual da Segurança Pública instituíram o CGFAU (Comitê Gestor da Fauna Silvestre Vitimada). O objetivo é estabelecer estratégias e políticas de gestão a fim de ampliar a fiscalização contra o tráfico e o comércio ilegal e implantar mecanismos de proteção aos animais silvestres.
“Buscamos sempre identificar crimes contra a fauna e dar o melhor destino aos animais silvestres. A preferência é que eles sejam mantidos livres, na natureza”, disse o diretor de Políticas Ambientais da Sedest, Rafael Andreguetto.
A fiscalização e o resgate da fauna vitimada no Estado são atribuições do IAT e do BPAmb-FV (Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde).
De acordo com a bióloga do IAT Paula Vidolin, muitos animais apreendidos nas ações de fiscalização de atividades ilícitas contra a fauna, como comércio ilegal e tráfico, sofreram maus-tratos e necessitam de atendimento e tratamento médico-veterinário. “Alguns animais vêm a óbito em decorrência do alto nível de estresse sofrido. Outros, em virtude de lesões e alteração comportamental, infelizmente não têm condições de reabilitação e retorno à natureza”, disse.
Neste último caso, os animais são encaminhados a empreendimentos devidamente licenciados pelo órgão ambiental ou outros tipos de parceiros do IAT. “A criação do Comitê representa uma inovação que integra diferentes órgãos ambientais responsáveis pela fiscalização e gestão de fauna, para tratativas que necessitam da soma de esforços e de ações conjuntas para uma maior efetividade no combate ao comércio e ao tráfico de animais silvestres no Estado”, acrescentou a bióloga.
5 mil por ano
De acordo com o capitão Álvaro Gruntowski, chefe do Planejamento de BPAmb-FV, no Paraná, somente pela Polícia Militar Ambiental, são apreendidos, em média, 5 mil animais silvestres (exóticos e nativos) por ano, vítimas de crimes ambientais como maus-tratos, cativeiro ilegal, caça e tráfico, entre outros. Aproximadamente 90% são aves.
“O Estado é considerado um dos entrepostos brasileiros do tráfico internacional de animais silvestres pela localização estratégica e apresenta uma série de grandes depósitos ilegais de espécies, muitas vezes capturadas em outras regiões do País”, destacou.
Foto: Instituto Anami