
Melo não perdeu oportunidade de criticar principalmente Marchezan e Pont. Melo acusou o candidato do PSDB, Nelson Marchezan, de fazer uma “oposição de ocasião” ao criticar a atual gestão do prefeito José Fortunati (PDT). Melo é vice-prefeito e candidato.
O PSDB e o PP fazem a coligação de Marchezan, e o PP apoiou a eleição de Fortunati. Os candidatos passaram por uma postura mais ofensiva nesta reta final. Melo rebateu seus possíveis adversários no segundo turno, como Marchezan e Luciana Genro. Segundo as pesquisas, Marchezan, Pont e Luciana Genro estão embolados na disputa por uma vaga no segundo turno, ao lado de Melo.
Melo se irritou quando Marchezan falou das falhas na Saúde.
– Ele está criticando a ele mesmo, ele está há 12 anos no governo e está criticando o que está aí. É oposição de ocasião. Isso não faz bem à democracia – disparou Melo.
– Não participei do governo de vocês, em nenhum momento – disse Marchezan.
– O partido do vice dele apoiou e só saiu em 2015. E há cargos, a não ser que o prefeito tenha rodado um Diário Oficial extra retirando – retrucou Melo.
Marchezan disse que o PP decidiu lançar outro candidato porque acha que Melo nãos será um bom prefeito. Melo chamou o tucano, que é deputado federal, de “visitante na cidade”.
Melo ainda criticou o PT, afirmando que a situação financeira atual se deve às gestões petistas em nível nacional. O estilo surpreendeu Pont, que fizera uma pergunta sobre a necessidade de a cidade ter mais guardas municipais.
– O PT, cá entre nós, é o responsável pela situação financeira (do país). Porto Alegre não é uma ilha – disse Melo, ao falar da falta de recursos.
Pont aproveitou para criticar o presidente Michel Temer.
– Todos sabem que Temer é um péssimo governante – rebateu o petista.
Melo também atacou Luciana Genro, quando ela reclamou do inchaço da máquina e dos gastos com cargos de confiança.
– A senhora gosta de reduzir o debate a cargos em comissão. De cargos em comissão a senhora sabe muito bem – disse Melo.
Em resposta, a candidata do PSOL disse que não faz “aparelhamento” e quer cortar 70% dos cargos em comissão, que custam cerca de R$b 100 milhões ao ano.
Marchezan, por sua vez, rebateu Luciana Genro quando ela disse que o tucano havia aprovado a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria um teto para os gastos públicos.
– O PMDB do Melo e o PSDB do Marchezan estão fazendo uma PEC que vai congelar os gastos públicos por 20 anos. O PSDB do Marchezan e o PMDB votaram a favor desta PEC – disse Luciana Genro.
– A velha política da mentira, do boato na última hora. Nenhum deputado votou essa PEC, porque ela não foi votada. Vamos falar de Porto Alegre, Luciana – disse Marchezan.
E Luciana ainda criticou o apoio do PSDB e do PMDB ao presidente Michel Temer.
– Não estranhe essas diferenças entre o PMDB do Melo e o PSDB do Marchezan aqui. Lá em cima eles estão juntos. Aqui, eles estão separados. Mas lá, em Brasília, eles apoiam Temer – disse a candidata do PSOL.
Luciana Genro manteve a estratégia de discutir temas nacionais e de criticar a corrupção investigada pela Lava-Jato. Para falar de sua luta, Luciana chegou a se comparar à personagem Beatriz, que foi eleita prefeita na novela Velho Chico, exibida pouco antes.
Pont, que disputa com Marchezan e Luciana Genro uma vaga no segundo turno, ficou em segundo plano e evitou confrontos, dirigindo perguntas a Maurício Dziedricki (PTB), o quinto participante do debate.