Reportagem: Milena Lemes
Cascavel – A disparada no preço do dólar tem influência direta nos combustíveis que saem das refinarias brasileiras. Nessa quarta-feira (27), a Petrobras anunciou o segundo reajuste no preço da gasolina em oito dias, de 4,05% sobre o valor da refinaria. O valor havia sido reajustado na terça-feira (19), quando o dólar chegou a R$ 4,20, em 2,84%, após 50 dias sem alteração.
De acordo com o diretor regional do Sindi Combustíveis (Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná), Roberto Pellizzetti, o aumento anterior nem havia sido repassado aos consumidores finais, mas, com o novo valor, é inevitável manter o preço. “É uma alta bastante expressiva. Algumas distribuidoras aumentaram R$ 0,07 [o litro], outras, R$ 0,08… A maioria dos postos não repassou o valor, mas agora repassarão R$ 0,10 [o litro]”.
Conforme dados da Petrobras, a gasolina está sendo vendida nas refinarias por R$ 1,89.
Levantamento da ANP (Agência Nacional de Petróleo) mostra que o preço médio da gasolina em Cascavel é de R$ 4,36 o litro, variando de R$ 4,27 a R$ 4,49. Isso sem considerar o reajuste de ontem.
Para Pellizzetti, o reajuste não é bom: “Acredito que o principal gasto de uma família é com combustível, então, acreditamos que não precisariam subir imediatamente o valor, poderiam segurar um pouco mais, porque a medida penaliza o consumidor”.
Ele reforça que, se a cotação do dólar continuar a subir, é provável que o preço do combustível também aumente. “Claro que a máxima contrária também é verdadeira, então se o dólar cair, o preço dos combustíveis também recua”.