Em meio à pressão inflacionária no Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu na noite desta quarta-feira elevar a Selic (a taxa básica da economia) em 0,75 ponto porcentual, de 3,50% para 4,25% ao ano. Esse foi o terceiro aumento consecutivo dos juros, na esteira da alta recente da inflação.
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) considera “equivocada” a decisão. “Com o recrudescimento da covid-19 no País desde o início do ano, a atividade econômica, que vinha mostrando uma gradativa recuperação, sofreu novo impacto negativo em razão das novas medidas protetivas de distanciamento social. A produção industrial de abril de 2021 ainda está 6,6% abaixo do nível alcançado em dezembro de 2020”, diz a entidade, em nota.
Em razão desse cenário, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, avalia que as condições de crédito para consumidores e empresas deveriam continuar sendo de estímulo: “A decisão por um terceiro aumento expressivo da Selic vai de encontro à essa necessidade e desestimula a demanda ao aumentar o custo do financiamento de maneira significativa”, argumenta.
Na avaliação da CNI, os grupos de preços que apresentam elevação tendem a ter aumentos transitórios, como os administrados, industriais e, principalmente, alimentos. Dessa forma, as taxas de inflação desses três grupos devem desacelerar nos próximos meses. “A normalização de estoques e a recente valorização do real devem contribuir para diminuir a pressão por repasse de custos para os preços ao consumidor”, diz Robson Andrade.