Cotidiano

Colheita da soja inicia com estimativa de 3,79 milhões de toneladas

Colheita na atual safra deve ser 9% maior do quem na safra 2014/15

Toledo – Depois de enfrentar a ferrugem asiática e outras doenças ocasionadas pela combinação do clima úmido e temperaturas elevadas, os produtores rurais finalmente conseguiram colocar as máquinas no campo e iniciar a colheita da soja. A estiagem dos últimos dias já deu sinais de muito trabalho nas lavouras da região Oeste.

Segundo o último relatório da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, de 18 de janeiro, apenas 1% da área total cultivada no Paraná (5,26 milhões de hectares) está em condições ruins. Outros 13% são considerados médios e 86% bons.

Na região, até o momento pouco foi colhido. No núcleo da Seab em Cascavel, a área colhida representa aproximadamente cinco mil hectares dos 560.727. Segundo a engenheira agrônoma do Deral (Departamento de Economia Rural), Jovir Esser, 5% (28 mil hectares) das lavouras de soja estão em condições médias e o restante, 95%, apresentam boas condições. Ela ressalta que do total da área cultivada, 60% estão em fase de frutificação e 40% se encontram em estágio de maturação.

Já no núcleo regional de Toledo, 10% do cultivo da oleaginosa estão em condições médias. Conforme o técnico do Deral, Paulo Oliva, a colheita iniciou na semana passada e terá seu pico no fim de janeiro. O percentual colhido corresponde a 2% do total de hectares, que é de 473.777. Destes, 90% foram classificados em boas condições.

“A expectativa de produção se mantém, e a previsão é de que sejam colhidas 1,70 milhão de toneladas”, relata.

No entanto, já que ainda falta muito para encerrar o trabalho dos agricultores nas lavouras de soja, podem ocorrer variações de produção, o que é normal em decorrência do período de início de safra.

Atrasada

A preocupação dos produtores rurais era de que o excesso de chuva, além de contribuir para o aparecimento de pragas, atrasasse o plantio do milho safrinha, que ocorre logo depois de concluída a colheita da soja.

Paulo Oliva comenta que há um atraso de dez dias em relação ao ano passado, quando nesse mesmo período já haviam sido colhidas 8% da área total, que era de 1,01 milhão de hectares em toda região.

“Atrasou um pouco por conta do clima instável, mas não se pode afirmar que atrapalhou o cultivo do milho”, explica.  

Produção

De acordo com o boletim estadual, o Oeste deve colher 3.798.484 toneladas, 9% a mais do que na safra 2014/15, quando foram colhidas 3,48 milhões de toneladas de soja. A região responde por 21% da produção paranaense. Segundo o Deral, a expectativa é de que a colheita em todo o Estado ultrapasse 18 milhões de toneladas.

A maior produtora da oleaginosa do Paraná é a região Norte, com estimativa de 4,87 milhões de toneladas, a única a frente do Oeste.

Ferrugem asiática

O monitoramento da ferrugem asiática da Embrapa Soja apontou o Paraná como o estado brasileiro com o maior número de ocorrências da doença. Ao todo, 121 focos foram encontrados em todo o Estado, atingindo nove cidades da região. A situação mais crítica está em Cafelândia, conforme o levantamento. No município, três casos foram confirmados, todos em lavouras comerciais, com plantio nos meses de setembro e outubro.