
Outra possível mudança: fim da franquia de bagagem, ou seja, as companhias aéreas poderiam passar a cobrar por ela. Ainda em debate a nível técnico na Anac, as novas regras ? ao todo são 40 itens ? iriam à deliberação da diretoria este mês e, se aprovadas, diz Sanovicz, entrariam em vigor depois do verão. Para o presidente da Abear, a expectativa do setor é que a Anac ?complete a lição de casa iniciada em 2002?, quando as passagens aéreas foram liberadas. Até então, era o Departamento de Aviação Civil (DAC), hoje extinto, que definia o preço dos bilhetes.
Segundo Sanovicz, ?aquela primeira fase da desregulamentação? fez as tarifas caírem a menos da metade, com o valor médio dos voos domésticos ?passando de R$ 610, em 2002, a R$ 290 em 2016?. Ou seja, acentua, ?a liberdade de preços foi favorável ao consumidor?. Ele não soube, entretanto, informar a variação das tarifas dos voos internacionais.
Ainda de acordo com Sanovicz, 65% dos passageiros de voos domésticos viajam sem bagagem e, sendo assim, pagam pelos outros 35%, através do valor do bilhete:
? Quem viaja de mochila está pagando pela senhora que viaja a seu lado com uma mala de 20 quilos ? diz o presidente da Abear, instituindo perfis para a clientela e acrescentando que, caso as bagagens passem a ser pagas, as companhias poderão dar isenção ou descontos, por exemplo, para quem optar por voos em horários ou dias de baixa procura.
O importante, defende Sanovicz, é que as empresas tenham flexibilidade de ação. Ele garante que, segundo estudos do setor, para cada 10% de redução no valor da tarifa média, há um aumento de 14% em passagens vendidas. Em 2015, continua, o número total de bilhetes no mercado doméstico chegou a 100 milhões, num crescimento significativo se comparado aos 30 milhões de 2002.