
As barreiras chinesas impedem a agregação de valor para o setor agrícola brasileiro. Isso porque a soja em grão tem uma tarifa de importação de apenas 3%. Já o farelo de soja paga uma tarifa de 5% na entrada do país. Se for ainda mais beneficiada, mais a soja brasileira é punida. A soja moída é tarifada em 9%. Com o café, as tarifas também aumentam a medida que o valor agregado aumenta. Isso significa que quanto mais valor agregado ao produto, mais alta é a tarifa, o que desestimula o produtor a agregar valor ao produto.
? Queremos começar essa discussão para promover o aumento de valor agregado no campo ? afirmou uma fonte ligada ao presidente Michel Temer. ? Devemos levantar esse assunto com o governo chinês. Afinal, metade da soja chinesa é nossa.
A avaliação de integrantes da comitiva presidencial é que há abertura para negociar com os chineses após a mudança de governo no Brasil. Segundo eles, o aumento de previsibilidade e estabilidade da economia brasileira com a troca de governo deve garantir os investimentos na área de infraestrutura: principal interesse do Brasil com a China.
Temer ouviu do presidente chinês, Xi Jinping, que o país tem interesse nos investimentos no setor. Isso animou a comitiva presidencial.
? Como o presidente comanda o partido e todo o mundo político, ouvir isso é como já ter garantido os investimentos que viemos buscar ? disse um assessor do presidente.
Na viagem para China, onze acordos ao todo serão assinados. São negócios bilionários como a venda de 50 aviões da Embraer, investimentos de US$ 1 bilhão na Petrobras, construção de um grande terminal de cargas e uma siderúrgica no Maranhão e até a compra de participações da construtora Camargo Correa por US$ 1,83 bilhão. Com esses acordos, Temer quer marcar uma nova fase de entradas de recursos no Brasil e reativação da economia.