Cascavel – Sem avanços nas negociações, a presidente da Acipa (Associação Cidadã a Proteção aos Animais) Laurenice Veloso lamenta a decisão do Município em cobrar uma taxa para realização das feiras de adoções de animais em locais públicos.
A Associação chegou a anunciar o fechamento da ONG (Organização Não Governamental) em dezembro passado, mas graças às doações a entidade tem conseguido manter os trabalhos.
Faremos as feiras da mesma forma, pois não temos condições de pagar o valor cobrado pelo Município e precisamos ajudar esses animais. A primeira feira será o sábado depois do Carnaval e contamos com o apoio da população. Não podemos pagar um valor tão alto para realização da feira sendo que esse dinheiro pode ser utilizado para fazer castrações e compra de ração ou medicação, comenta.
A Acipa conta apenas com o trabalho de cinco voluntários e sem recursos precisou dispensar a única funcionária.
Estamos fazendo um trabalho que é de responsabilidade e obrigação do Município, não temos como arcar com essa despesa. Demitimos a funcionária da limpeza por falta de recurso. Temos que pagar um valor aproximado de R$ 70 por feira, sem ajuda fica praticamente impossível, considera.
A protetora de animais comenta que aguarda uma reunião como o promotor Angelo Mazzuchi no Ministério Público Estadual para buscar alternativas em favor dos animais que vivem na rua.
Tentamos uma reunião no MP, por enquanto sem horário na agenda do promotor. Mas vamos continuar em busca de ajuda. A Associação conta com 270 animais e vivemos um período em que só cresce o abandono devido ao período de feiras, muitos vão viajar e deixam os animais sozinhos, eles acabam fugindo e vão para a rua, relata a protetora.
A Acipa fará nove anos em 2016 e já abrigou mais de dez mil animais contribuindo com a adoção de aproximadamente seis mil deles. Para adotar é preciso pagar R$ 30 e assinar um termo de compromisso. Todos os animais adultos que participam das feiras são castrados, vacinados e os filhotes apenas imunizados.
Castrações: projeto ainda não saiu do papel
De acordo com a gerente de Vigilância Ambiental Mariléia Venostro, até o momento nenhuma castração foi realizada pelo Município no Centro de Zoonoses. Ela explica que como o projeto que foi elaborado em 2014 já tinha sido enviado ao Ministério da Saúde e na sequência uma portaria do próprio Ministério alterou a forma como será feita a castração, o Município terá que dividir a forma que irá atender os animais.
Como o projeto já tinha sido enviado, para não deixar de fazer vamos dividir em 50% para o Meio Ambiente e a outra metade pela Saúde. Qualquer animal que tiver abrigamento ou local para ficar durante a recuperação receberá a castração pelo Meio Ambiente, já no caso de animais doentes ou que ofereçam risco com algum tipo de doença, a castração será feita pela Saúde, frisa.
Venostro também afirmou que a única ONG cadastrada até o momento é a Acipa, mas nenhum documento com as adequações solicitadas foram entregues ao Município.
A Acipa está regulamentada no papel de acordo com o Decreto Municipal, mas precisa atender a outros requisitos. Discutiremos a castração nos próximos dias e vamos ver como será esse abrigamento, acrescenta.
A Saúde tem disponível R$ 378 mil para realizar este serviço nos animais que estiverem na ONG ou de rua.
(Com informações de Eliane Alexandrino)