Cotidiano

Acessibilidade ainda esbarra em barreiras estruturais e de inclusão

O tema Acessibilidade: uma responsabilidade de todos, atraiu arquitetos, engenheiros civis, engenheiros ambientais e acadêmicos das instituições de ensino superior de Cascavel e região

Acessibilidade ainda esbarra em barreiras estruturais e de inclusão

Acessibilidade não é apenas um direito atrelado às pessoas com deficiência, precisa ser concebida para todos. Hoje, os principais desafios são a concepção de projetos para atender as pessoas com mobilidade reduzida e neste caso, é possível inserir, além das pessoas com deficiência, idosos, gestantes e pessoas com dificuldade motora temporária. Para esclarecer e dar um panorama do momento vivido pelas cidades envolvendo este tema, a AEAC (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Cascavel) e o CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná), realizaram mais um minicurso, com uma das principais especialistas no assunto no Estado, a engenheira civil Célia Rosa. Ela apresentou uma estatística interessante. Utilizando como fonte o Caderno Estatístico de Cascavel, são 57.482 pessoas com deficiência em Cascavel, isso representa 20% da população, de um total de 336.073 habitantes, conforme o censo do IBGE de 2010.

O tema Acessibilidade: uma responsabilidade de todos, atraiu arquitetos, engenheiros civis, engenheiros ambientais e acadêmicos das instituições de ensino superior de Cascavel e região. Entre os temas explanados, figuraram o Entendimento do conceito da legislação; Aplicações práticas da norma e projetos; Apresentação de soluções e inovações na área de acessibilidade e projetos acessíveis de sanitários, mobiliários, circulação, calçadas e formas de sinalização.

O presidente da AEAC, arquiteto urbanista, Ricardo Ceola, considerou o tema de extrema importância para atualizar os profissionais sobre a legislação vigente e a necessidade de projetar obras dentro dessas especificidades. “A acessibilidade é a transposição dos entraves que representam as barreiras para a participação de pessoas no âmbito da vida social”.

“O curso teve a finalidade de conscientizar os profissionais sobre a importância da acessibilidade nas obras públicas, comerciais, industriais e com a preocupação também nas residenciais, muito embora não seja obrigatória essa acessibilidade nas moradias”, comentou a palestrante Célia Rosa. Ela chamou a atenção sobre a importância de conceber os projetos contemplando a acessibilidade, não somente para atender as pessoas com deficiência. “As pessoas podem ficar com mobilidade reduzida por conta de algum acidente, ou até mesmo, apresentar dificuldade de locomoção quando chegam à terceira idade”, alertou.

Para o gerente regional do CREA-PR em Cascavel, engenheiro civil Geraldo Canci, a acessibilidade é sinônimo inclusive de segurança. Estudo feito pela Polícia Militar mostra que calçadas bem conservadas atraem um maior fluxo de pessoas, por sua vez, a movimentação acaba inibindo as ocorrências de assaltos. A legislação também se aplica a conjuntos habitacionais, onde 3% dos imóveis obrigatoriamente precisam ser acessíveis. “Os profissionais da engenharia sempre devem ter esse cuidado ao planejar as obras e estar atento à questão da acessibilidade. O direito de ir e vir precisa ser resguardado”.

Segundo a engenheira civil e arquiteta Georgia Palacio, ainda é preciso avançar 100% quando o assunto envolve acessibilidade. “A falta de conscientização é outro tabu que precisa ser derrubado”, pontua. Já para o engenheiro civil e de segurança no trabalho, Cléber Martini, de Corbélia, a busca por novas ideias e projetos o motivaram a participar do minicurso na AEAC. “Todos os dias, nos deparamos com situações em que a acessibilidade é indispensável”. A inscrição para o curso foi um quilo de alimento não perecível que será repassado para entidades do Município. O próximo curso está marcado para o dia 22 de setembro, sobre Saúde Sanitária.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa da AEAC