Curitiba - O mês de agosto foi marcado por frio intenso, tempo seco e variações climáticas expressivas em várias regiões do Paraná. De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), as temperaturas médias ficaram abaixo da média histórica na maior parte do estado, enquanto a chuva foi escassa em diversas cidades.
Apesar da estiagem predominante, 19 municípios registraram volumes de chuva acima da média, enquanto outros tiveram os menores índices em mais de uma década.
Clima instável e extremos em diferentes regiões
O mês apresentou grandes contrastes. No dia 26 de agosto, Castro, nos Campos Gerais, foi atingida por uma precipitação de granizo histórica, que cobriu ruas com uma camada de gelo e provocou prejuízos.
Enquanto isso, algumas cidades registraram calor intenso, com máximas acima de 36°C em Antonina, Cerro Azul, Loanda, Capanema e Paranaguá, além de um veranico na região Noroeste. No outro extremo, General Carneiro, Palmas, Guarapuava e São Mateus do Sul registraram mínimas negativas, com geadas consecutivas em General Carneiro, que teve seis dias seguidos de formação de gelo no solo.
Mesmo com essa amplitude térmica de até 20°C em poucas horas, todas as estações meteorológicas do Simepar registraram temperaturas médias dentro ou abaixo da média histórica. O destaque foi Palotina, que teve média de 16,5°C, 2,2°C abaixo do normal — a menor desde 2018.
Seca predomina, mas chuvas acima da média em algumas cidades
Das 50 estações meteorológicas com mais de oito anos de medições, apenas 19 registraram chuvas acima da média em agosto. Os maiores destaques foram:
- Pinhão: 113,5 mm acima da média
- Santa Helena: 111,8 mm acima da média
- Palmas: 91,5 mm acima da média
- Laranjeiras do Sul: 92,6 mm acima da média
Por outro lado, cidades como Cambará praticamente não registraram chuva. O pluviômetro não marcou nem 1 mm no mês. A última chuva significativa na cidade foi em 28 de julho, com apenas 16,2 mm. Situação semelhante ocorreu em Jaguariaíva, onde choveu apenas 3,8 mm, menor volume para agosto nos últimos 12 anos, e em Telêmaco Borba, com 4 mm, o menor índice em 25 anos.
Segundo o meteorologista Leonardo Furlan, do Simepar, o cenário seco já era esperado.
“Agosto é, climatologicamente, o mês com menor volume de chuvas no Paraná. Neste ano, as precipitações ficaram mais concentradas em cidades do Oeste, Sudoeste e Centro-Sul, devido ao deslocamento de sistemas meteorológicos que trouxeram calor e umidade dessas regiões do Paraguai e da Argentina em direção ao Rio Grande do Sul”, explicou.
Cidades com chuva acima da média em agosto de 2025
Localização / Acumulado médio de chuva para agosto / volume de chuva em agosto de 2025 / Diferença
- Altônia: 56.4 mm / 87.4 mm / 30.6 mm
- Capanema: 94.5 mm / 159.8 mm / 65.5 mm
- Cascavel: 87.6 mm / 109 mm / 21.4 mm
- Distrito de Entre Rios, em Guarapuava: 103.6 mm / 136.6 mm / 33.4 mm
- Foz do Iguaçu: 87 mm / 134.2 / 47.2 mm
- Francisco Beltrão: 109.3 mm / 117.8 mm / 8.7 mm
- Guaira: 63.8 mm / 120.6 mm / 57.1 mm
- Guarapuava: 102.5 mm / 105.4 mm / 2.5 mm
- Guaratuba: 112.3 mm / 136.6 mm / 24.7 mm
- Laranjeiras do Sul: 107.4 mm / 200 mm / 92.6 mm
- Palmas: 113.5 mm / 204.6 mm / 91.5 mm
- Palotina: 72.4 mm / 73.6 mm / 1.6 mm
- Pinhão: 101.5 mm / 215 mm / 113.5 mm
- Santa Helena: 77.2 mm / 189.2 mm / 111.8 mm
- São Miguel do Iguaçu: 87.4 mm / 141.6 mm / 54.6 mm
- Toledo: 88.5 mm / 114.4 mm / 25.5 mm
- Ubiratã: 73.7 mm / 91.6 mm / 18.3 mm
- Umuarama: 53,4 mm / 57 mm / 3,6 mm
- União da Vitória: 108.3 mm / 163.4 mm / 54.7 mm
Fonte: AEN