Agronegócio

AUMENTO DE PRODUÇÃO: Reavaliação do milho calcula quase 5,5 milhões de toneladas na região

Metade das lavouras já foi colhida com melhor safrinha da história do Oeste

Foto: Arquivo
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Marechal Rondon – O feriado prolongado não foi de descanso para quem vive da agricultura. Aliás, trabalho pesado e até altas horas da noite tem sido a rotina dos produtores nas últimas semanas que estão colhendo uma supersafrinha histórica de milho por toda a região. Em muitos municípios, sobretudo beira lago de Itaipu, onde o cultivo foi feito mais cedo, a colheita já passou da casa dos 70%, como ocorre nas regiões de Marechal Cândido Rondon, Santa Helena, Guaíra e Pato Bragado.

A expectativa, segundo o técnico do Deral (Departamento de Economia Rural) do Núcleo Regional da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Cascavel, José Pértille, até este início da semana é de que metade das áreas esteja colhida pela região. Até quarta-feira da semana passada eram cerca de 30%.

O produtor tem aproveitado o tempo firme para colocar as máquinas no campo e acelerar a remoção do cereal antes que o tempo mude, o que pode ocorrer amanhã (26) com a chegada de uma frente fria seguida por uma massa de ar polar que poderá trazer chuva e frio, bastante frio (leia mais na previsão do tempo abaixo). Por enquanto o fator que mais tem animado o produtor rural é a produtividade média que tem superado todas as expectativas.

Em 750 mil hectares cultivados com milho por todo o Oeste, de onde se esperava colher algo próximo de 5 milhões de toneladas, o que já era considerado um excelente resultado, já tem mudança neste indicador e a colheita poderá se aproximar das 5,5 milhões de toneladas graças à contribuição do tempo e do clima. Considerando a cotação média de R$ 29 a saca do cereal nos últimos dias, a colheita poderá render R$ 2,7 bilhões somente no oeste.

Safrinha cultivada mais cedo garantiu ótima produtividade

Esta safrinha, que de diminutivo tem apenas o nome, foi plantada mais cedo neste ano, cerca de um mês antes que o habitual. Isso ocorreu porque a soja na safra de verão teve uma quebra expressiva provocada pela falta de chuva fazendo com que muitos produtores colhessem antes aquele cereal que custava se desenvolver. Ainda em dezembro e início de janeiro eles iniciaram o plantio do milho. Com sol abundante, temperaturas elevadas, nenhuma ocorrência de geada até o momento e chuva no tempo certo, as lavouras se desenvolveram como nunca havia se visto para o ciclo de inverno do milho no Oeste, cuja promessa é ter a melhor produção da história regional. “Aliás, as condições do tempo foram e estão sendo extremamente favoráveis à cultura e se caminhar da forma como está, teremos uma safra ainda maior que a projetada com números que mudam de forma positiva a cada boletim”, reforçou José Pértille que está a campo para acompanhar de perto a colheita.

Somente no Núcleo de Cascavel, onde estão 311 mil hectares em 28 municípios, a produção deve ser de dois milhões de toneladas. Esta previsão foi refeita e jogada para cima em 15% daquilo que havia sido projetado no início do ciclo. O restante da produção regional fica por conta dos 20 municípios cobertos pelo núcleo de Toledo da Seab.

Transporte

Se as máquinas no campo não param, os caminhões que fazem o transporte para os silos e armazéns também não. Em algumas unidades de recebimento de grãos e cooperativas a espera para descarregar pode beirar e até ultrapassar 24 horas. Este tem sido o caso de uma cooperativa em Cascavel onde imensas filas têm se formado para descarregar o milho há pelo menos duas semanas. A tendência é para que elas se mantenham assim por mais um mês.

O frio está a caminho

E para quem estava estranhando que o mês de junho está chegando ao fim sem um único registro de geadas na região, saiba que esta condição promete começar a mudar a partir desta semana e o alerta se intensifica para a próxima semana.

Segundo o Simepar, pode chover algo próximo a 10 milímetros no Oeste amanhã com termômetros a 8ºC de mínima e 21ºC de máxima. Para quinta-feira o tempo firma, mas a temperatura mínima pode chegar aos 6ºC na região, sem formação de geada. A máxima neste dia não deverá ultrapassar os 20ºC. Na atual fase do cereal o frio jaz não promete trazer prejuízos à cultura. A partir disso volta a esquentar gradativamente e a primeira geada do ano na região poderá ser observada na quarta-feira da próxima semana, quando há a possibilidade de 4ºC.

Reportagem: Juliet Manfrin