Policial

Ossada levanta dúvida sobre desaparecidos

Ossada levanta dúvida sobre desaparecidos

A Delegacia de Homicídios abriu inquérito de “morte a apurar” para investigar o caso da ossada humana encontrada no fim da manhã de ontem durante a escavação de um poço em um imóvel no Bairro Interlagos, em Cascavel.

Por enquanto, a DH aguarda a perícia da ossada para identificar sexo, idade e causa mortis e, com isso, chegar à identidade da vítima. Não se sabe nem se seriam ossos de criança ou adulto, tampouco há quanto tempo estaria enterrado ali.

Inicialmente o procedimento é feito no IML (Instituto Médico Legal) de Cascavel, mas, caso haja necessidade, será enviado a Curitiba. Não há prazo para a conclusão da perícia.

A polícia informou que nesse imóvel já passaram diversos moradores, mas os atuais vivem ali há mais de dez anos e não sabiam da existência do cadáver.

Somente após a perícia a DH vai definir como o caso será tratado: homicídio com ocultação de cadáver, ou somente ocultação de cadáver.

Desaparecidos

Não há no cadastro de pessoas desaparecidas da Secretaria da Segurança Pública do Paraná registros de desaparecidos há mais de dez anos em Cascavel. Os três registros mais antigos de adultos desaparecidos em Cascavel são: Levi Hermes de Freitas, desaparecido desde 2011 aos 48 anos de idade. Ele usava trajes sociais quando desapareceu e tinha cabelos e olhos pretos.

Outro registro é de Andreia Jagas Coutinho, desaparecida em 2013, com 14 anos. Ela tinha cabelos e olhos castanhos.

E ainda Lauris Renato Marinho, desaparecido em 2014, com 29 anos. Ele tinha olhos e cabelos pretos e vestia moletom cinza, calça e tênis pretos.

Como menores de 12 anos consta o desaparecimento de Adriano Marques da Silva, que sumiu em 1986 com oito anos de idade. E o caso da jovem Tatiele Terra Felipe, desaparecida em 2016, com dez anos.

883 dias e nada concreto

O caso de Tatiele Felipe teve grande repercussão em Cascavel e região. A menina morava com a avó no Bairro Universitário e desapareceu no dia 13 de dezembro de 2016, quando saiu para ir à padaria buscar pão. Depois de diligências na cidade e na região, policiais do Sicride (Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas), de Curitiba, foram até a casa da mãe de Tatiele, em São José do Patrocínio, acreditando que a menina estivesse lá, mas ela não foi encontrada.

Nesses mais de dois anos o Sicride recebeu inúmeras denúncias de possíveis pistas da menina, mas nenhuma delas com sucesso. Há duas semanas policiais do Serviço estiveram novamente em Cascavel realizando diligências, também sem avanço nas investigações.

Já são 883 dias de desaparecimento da menina, que hoje tem 13 anos, ainda sem qualquer pista concreta do que houve com ela.

O Sicride pede que informações e denúncias sobre o caso sejam repassadas de forma anônima pelo telefone (41) 3224-6822.

Tatiele está desaparecida há mais de 2 anos e não há pistas

Reportagem: Cláudia Neis