Foz do Iguaçu – De 3 a 5 de outubro, a cidade de Foz do Iguaçu recebe o 16º Congresso de Oncologia Pediátrica. O evento é organizado pela Sobope (Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica) e reúne especialistas nacionais e internacionais para discutir o câncer infantil. De acordo com estimativas do Inca (Instituto Nacional do Câncer), no Brasil devem ser registrados 12.500 novos casos de câncer em crianças e adolescentes em 2018, número que deve se repetir ano que vem.
São esperados mais de mil congressistas, entre médicos e outros profissionais da saúde. A ideia é reunir diversas frentes, da enfermagem à psicologia, passando por fisioterapeutas, pedagogos e até terapeutas ocupacionais, para potencializar as chances de cura da doença no Brasil.
É o que explica a médica oncologista e presidente do 16º Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica, Carmem Fiori: “Os índices de sobrevida do câncer infanto-juvenil ainda estão abaixo do esperado. Enquanto em países mais desenvolvidos essa chance de cura pode chegar a 75 ou 80% dos pacientes, aqui no Brasil seguimos com taxas de 50% a 60% de cura”.
Essas estatísticas fazem do câncer a segunda principal causa de morte de crianças e adolescentes brasileiros, também de acordo com o Inca. Os óbitos decorrentes de neoplasias ficam atrás apenas das mortes causadas por fatores externos, como acidentes e violência. Este é um cenário extremamente preocupante, sobretudo à luz das projeções de aumentos dos casos de câncer no mundo.
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Lutando com informação
A luta contra o câncer na infância e na adolescência tem com uma das principais armas a informação. “De maneira geral, o câncer infanto-juvenil possui um melhor prognóstico do que as neoplasias que acometem a população adulta. Essa chance de cura maior, entretanto, está intrinsicamente ligada a um diagnóstico e início de tratamento precoces”, conta a médica oncologista Carmem Fiori.
Como o câncer infantil possui o que os médicos chamam de inespecíficos, facilmente confundíveis com sinais de outras doenças menos séries e relacionadas ao processo de crescimento, a informação se torna ainda mais importante: “Tanto os pais quanto outros familiares e os profissionais da saúde devem estar atentos e familiarizados com os sinais de alerta. Só assim, e com o apoio do governo fornecendo acesso às terapias mais modernas e adequadas, conseguiremos melhorar o cenário”.
Sintomas
Entre esses sintomas inespecíficos estão: febre, ínguas, dor nos membros, dor na barriga, manchas roxas inexplicáveis, palidez e emagrecimento.