Lutar contra as dores da fibromialgia faz parte da rotina de Ivonete Teterycz e encontrar meios de acalmá-las já virou praxe. No desespero de ter mais qualidade de vida, a moradora do Bairro 14 de Novembro caiu em um golpe.
Ela conta que na tarde de quarta-feira (16) um grupo de seis pessoas circulou pelas ruas do bairro em uma Kombi branca oferecendo um massageador que prometia fazer milagres. “Recebi o pessoal lá em casa e até fizeram massagem em mim. Aquele aparelho parecia ser muito bom, com infravermelho, e me ajudaria a enfrentar a doença”, conta Ivonete.
O que ela não sabia é que a equipe de vendas, que representa uma empresa de Minas Gerais, vende o aparelho sem autorização da fabricante, com nota fiscal falsa, importado de forma ilegal do Paraguai e com um valor muito mais caro do que o de mercado. A constatação só ocorreu depois que outros familiares alertaram Ivonete de que a situação se tratava de um golpe.
O aparelho foi oferecido a R$ 1,2 mil, enquanto a fabricante comercializa o produto original entre R$ 90 e R$ 120. Ivonete deu R$ 290 de entrada e parcelou o restante.
Já a vizinha Antonia da Rocha desembolsou R$ 150. Quando soube do prejuízo, tentou entrar em contato com a empresa pelo telefone que consta na nota fiscal: “Só que a mensagem é de que nenhum dos números existe”.
Alerta à população
Quem saiu ainda mais prejudicado na história foi Paulo Macoski. Sua esposa, Aurelia, tem sérios problemas de coluna, não perdeu tempo e pagou a vista R$ 1,2 mil aos vendedores. “O que a gente fica preocupado é que eles estão passando em vários bairros vendendo um produto que custa bem menos em qualquer outro lugar”, conta Macoski, que faz um alerta à população: “Eles [os vendedores] têm um bom papo, falam muito bem do produto, fazem boas condições de pagamento, mas pegam todos os nossos dados, como CPF, endereço, telefone, para cadastrar em um sistema… Além do dinheiro gasto, estou preocupado com o que podem fazer com minhas informações pessoais”.
Caso de polícia
Os três vizinhos entraram em contato com o Setor de Estelionatos da Delegacia Civil e foram orientados a levar as notas fiscais falsas e o aparelho até a delegacia para registrar boletim de ocorrência.
Não retornou
A empresa Amarflex, de Minas Gerais, que desenvolve e vende os massageadores, foi procurada pela reportagem do Hoje News. Uma das atendentes informou que iria repassar a situação ao responsável, que não retornou a ligação.