Cotidiano

Câmara intervém e despejo é suspenso

Pequenos agricultores recorreram ontem à Câmara de Vereadores para tentar revogar a decisão judicial.

Prestes a serem despejados de uma área em Jangadinha, pequenos agricultores recorreram ontem à Câmara de Vereadores para tentar revogar a decisão judicial.

As negociações estavam nas mãos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que representava os moradores nas convocações da Justiça. Em uma das audiências decisivas, no fim do ano passado, os advogados do órgão faltaram e a determinação foi de despejo.

Na área, há mais de 20 anos vivem 31 famílias que integravam um processo de assentamento do Incra – ou seja, não são invasores. No entanto, como as negociações com o proprietário do imóvel não avançaram, o caso foi parar na Justiça que resolveu pela devolução do imóvel visto o desinteresse da União. O dono da área quer R$ 8 milhões pelos 140 hectares, mas o Incra quer pagar R$ 2 milhões.

Ontem venceu o prazo para que as famílias saíssem da área. “Estamos desesperados”, disse a agricultora Ciandra Fátima de Vaz. Assim como os demais, ela investiu tudo o que tinha na pequena propriedade, com o aval do Incra, que lhe assegurou a posse. “Temos pontos de luz com nossos nomes, água e até nota do produtor. Tudo foi intermediado pelo Incra e fomos investindo nas propriedades. Temos horta, gado de leite e plantações… Sobrevivemos desse trabalho”.

No fim da sessão, o presidente da Câmara, Alécio Espínola (PSC), e uma comitiva de vereadores foram até o gabinete do prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) pedir ajuda. Foi marcada uma reunião na semana que vem com o superintendente da Casa Civil, Gugu Bueno (PR), para viabilizar uma solução definitiva. Até lá a ordem de reintegração não será cumprida pela Polícia Militar.

Veja a entrevista com uma das moradoras:

Reportagem: Josimar Bagatoli