Cotidiano

Mosquitos transmissores: Evento foca prevenção de doenças

O evento traz à região expoentes no estudo e em ações de controle aos vetores

Foz do Iguaçu – O reaparecimento de algumas doenças e o registro elevado de outras tantas, como febre amarela, malária e dengue, preocupam a saúde pública, que coloca em alerta a população. Hoje (19), por exemplo, tem início no Hotel Bourbon em Foz do Iguaçu e segue até quinta-feira (21) o Antivectorial – Congresso e Feira de Novas tecnologias para saúde Publica – Inovações que salvam vidas.

O evento traz à região expoentes no estudo e em ações de controle aos vetores em todo o planeta e busca evidenciar ações comuns de modo que possam erradicar ou controlar ao máximo as incidências.

Segundo a comissão organizadora, o debate não foca o tratamento, mas a prevenção às doenças na presença de alguns dos principais especialistas em todo o mundo.

No foco do debate estão as experiências com o controle de arboviroses e mosquitos, o passado e o futuro da malária no Brasil, o conhecimento de mosquitos Aedes aegypti, as experiências e as inovações no controle dessas pragas e o primeiro mestrado profissional em controle de vetores da Fiocruz.

O envolvimento do setor privado ao programa de cobertura vacinal também está nos temas em discussão, assim como as experiências bem-sucedidas com a terceirização para o controle de vetores, os mosquitos irradiadores e geneticamente modificados, a vigilância integrada e os impactos financeiros dessas doenças à saúde, com base em dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). “Esse trabalho visa aproximar todos os integrantes do controle, fabricantes de inseticidas e equipamentos, pesquisadores, agentes de controle de endemias. Há a necessidade de sinergia no trabalho”, afirma o organizador, Denilson Lehn, do Portal Pragas e Eventos, que promove o encontro que desembarca na região em um momento de preocupação extrema no oeste quando o assunto são os casos de dengue: “Este será o primeiro evento aberto que discute esse tema, e muitas cidades do Brasil estão prestes a entrar em epidemia”.

Ele não acredita que essa condição de epidemia chegue ao oeste, mas alerta que todo cuidado é pouco e que medidas precisam ser adotadas antes que seja tarde.

Casos

Entre as situações mais preocupantes na região estão municípios como Cascavel e em Foz do Iguaçu. Em todo o oeste, considerando a 10ª Regional de Saúde (Foz do Iguaçu com nove municípios), a 9ª Regional de Saúde (Cascavel com 25 municípios) e a 20ª Regional de Saúde (de Toledo com 18 municípios), já são registrados no atual período epidemiológico – desde 1º de agosto de 2018 – 163 casos. Mas esses números integram o boletim da Secretaria de Estado da Saúde da semana passada e o que deve ser publicado hoje promete vir com números mais expressivos.

Cascavel usa fumacê

Devido ao aumento significativo de casos positivos de dengue em Cascavel, em especial no Bairro Alto Alegre, zona oeste da cidade, a Divisão de Vigilância em Saúde Ambiental solicitou apoio à Secretaria de Estado da Saúde, que liberou a pulverização com UBV (Ultra Baixo Volume) pesado no bairro, o conhecido fumacê.

A ação terá início esta semana, abrangendo 233 quarteirões do Alto Alegre, assim que Cascavel receber o veículo equipado com a bomba de pulverização cedido pela Secretaria de Estado da Saúde. O veículo vem de Maringá, cidade que fez aplicação em 3 mil quarteirões.

A aplicação de inseticida fumacê é liberada apenas em casos específicos, após análise do índice de infestação, levando-se em consideração o número de habitantes do bairro e o índice de casos positivos. É a última alternativa utilizada para controle do vetor (mosquito alado), uma vez que não combate os focos.

Em Cascavel, dos 82 casos positivos de dengue, 47 estão no Bairro Alegre (57%). A última vez que Cascavel havia solicitado a aplicação do inseticida foi em 2012.

 

Reportagem: Juliet Manfrin