Cotidiano

Campanha da Fraternidade entra na esfera política

Porto Alegre – “Fraternidade e Políticas Públicas” é o tema da Campanha da Fraternidade 2019 promovida pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) neste ano. O início oficial da campanha é nesta Quarta-Feira de Cinzas (6), quando haverá pronunciamento do Papa Francisco.

A iniciativa começou ainda em 1962 e inova na temática a cada ano, trazendo desde 2014 questões sociais. A campanha ocorre durante o período da quaresma, que antecede a Páscoa, celebrada pela Igreja Católica e que marca a morte e ressurreição de Jesus Cristo.

O assunto de cada ano é decidido dois anos antes de a campanha entrar em cena durante conferência de padres e bispos.

De acordo com o presidente da CNBB no Rio Grande do Sul e arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, a ação que aborda políticas públicas “é uma oportunidade importante devido ao contexto atual em que estamos vivendo”.

Segundo ele, o “caráter é profético”, mas aborda questões relevantes para a sociedade: “Imaginamos contribuir para construir uma sociedade onde todos tenham espaço de participação”.

Outra relação que Spengler faz é da fraternidade e com o convívio em comunidade e diz que as políticas públicas fazem parte da ordem e da estabilidade.

Segundo o bispo auxiliar da Arquiodicese de Porto Alegre, Adilson Pedro Busin, a campanha reforça a dimensão da solidariedade e que envolve uma articulação política. Segundo ele, a sociedade vive um momento que chegou “ao limite” e que não deu atenção a necessidades do povo como reforma política, agrária, educacional, previdenciária e tributária.

Objetivos

O texto-base distribuído pela Igreja Católica diz que o objetivo geral é “estimular a participação em políticas públicas” e “fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade”.

O padre Anésio Ferla simplifica as causas, dizendo que a campanha tem três objetivos específicos: espiritual, informativo e caritativo, cujo destaque é a arrecadação durante o domingo de ramos, chamada de “coleta da solidariedade”, quando, em âmbito nacional, todas as comunidades cristãs, paróquias e dioceses contribuem com doações em dinheiro.