BRASÍLIA – O governo decidiu usar R$ 16,5 bilhões de uma reserva do Orçamento para não ter que fazer um novo contingenciamento de gastos em julho. Isso é o afirma o novo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas primárias, divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério do Planejamento. De acordo com o documento, a equipe econômica observou um aumento de R$ 8,633 bilhões nas despesas e uma queda de R$ 7,866 bilhões nas receitas, o que poderia levar a um contingenciamento de R$ 16,5 bilhões para garantir o cumprimento da meta fiscal fixada para 2016.
No entanto, como o governo deixou no Orçamento uma reserva para acomodar riscos fiscais, ela será utilizada para evitar um aperto nos gastos nesse momento.
?Diante da combinação dos fatores citados, mostra-se necessária a redução das despesas discricionárias, que no âmbito do Poder Executivo será realizada mediante utilização do saldo remanescente para absorção de riscos fiscais, relativamente aos limites da avaliação extemporânea de maio, em R$ 16,5 bilhões?, diz o relatório.
PIB E INFLAÇÃO
No documento, o governo aumentou a previsão para o crescimento da economia e para a inflação em 2016. Agora, a expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) tenha uma queda de 3,1%, contra 3,8% no relatório anterior. Já a inflação esperada agora é de 7,2% contra 7% anteriormente.
O Ministério do Planejamento estima um rombo maior para a Previdência Social neste ano. O déficit previsto é de R$ 149,23 bilhões, R$ 2,8 bilhões a mais do que o estimado no relatório anterior. O governo prevê R$ 507,8 bilhões em gastos com benefícios previdenciários em 2016, ante uma arrecadação de R$ 358,6 bilhões.