As Vilas Olímpicas são sempre cercadas de histórias divertidas nos Jogos Olímpicos. Veja abaixo quatro exemplos.
Montreal-1976 – O dia que o vôlei brasileiro expulsou um lutador
Bernard Rajzman, da geração de prata da vôlei brasileiro, tinha 19 anos quando foi para sua primeira olimpíada, em Montreal-1976. O vôlei do país ainda não estava entre os melhores do mundo e a ida ao megaevento não envolvia muita pressão ou compromisso. Certo dia, ele e cinco jogadores da seleção foram aproveitar uma das jacuzzis da Vila. Mas, na única em que o grupo cabia, já havia um enorme lutador de greco-romana.
? Entramos na banheira e um dos brasileiros, que era muito brincalhão, começou a chutar o lutador por debaixo da água. O cara, que era um oriental, ficou revoltado. Não sabia de onde vinha o chute e, quando olhava, via os seis brasileiros. A cena foi se repetindo até o momento que ele, louco de raiva, se levantou e deixou a piscina reclamando na língua dele. Na hora, ficamos morrendo de medo da reação, mas depois caímos na gargalhada ? relembra Bernard.
Sydney-2000 – Os velocistas de prata e o charme das italianas
Na terra dos cangurus, o atletismo brasileiro não se deixou cair em tentação. André Domingos conta que, dias antes de o Brasil conquistar a medalha de prata no revezamento 4x100m, o quarteto estava comendo tranquilamente no refeitório da Vila, quando belas atletas italianas pediram para dividir a mesa. A situação, por pouco, não saiu do controle por ali mesmo.
? Elas ficaram jogando um charme, e o Vicente (Lenílson), que era o garanhão da galera, começou a cair na delas. Eu percebi aquilo e comecei a chutá-lo por debaixo da mesa. Não poderíamos perder o foco, iríamos competir em poucos dias. Chamei a sua atenção. Ele disse que era só um flerte. Mas eu não estava disposto a correr o risco de não ter o Vicente 100% fisicamente para a competição. Fui firme, e ele resistiu ao charme das italiana. E olha que elas eram muito bonitas ? conta André Domingos.
Atenas-2004 – Seu ídolo existe e está dando sopa na sua frente
Adriana Behar era uma atleta experiente quando conquistou a medalha de prata no vôlei de praia, na Grécia. Sua companheira Shelda também estava longe de ser uma marinheira de primeira viagem, mas era grande fã de Roger Federer, já considerado por muitos o mais talentoso da história do tênis. Na Vila, em meio a um papo sobre o que esperar da competição, Shelda comentou a possibilidade de encontrar o suíço.
? Quando nos demos conta, tinha alguém com uma bola de tênis na mão na nossa frente. Fomos subindo a cabeça e reparamos que era o Federer. Ficamos sem reação, mas desistimos de ir falar pois não queríamos atrapalhá-lo ? conta Adriana.
Adriana e Shelda lembram que já haviam conquistado a prata em Sydney-2000 quando esta cena aconteceu. Se encontrar um ídolo quase desestabilizou as duas, imagine o que um encontro como este mexe com a cabeça dos inexperientes.
Pequim-2008 – Kobe Bryant transforma atletas em tietes
Em sua quinta participação olímpica, Hugo Hoyama estava perto do refeitório da Vila onde viu de longe Kobe Bryant, principal estrela do ?dream team? do basquete americano que conquistou a medalha de ouro no megaevento chinês. O brasileiro titubeou na hora de pegar um autógrafo. Neste meio tempo, o astro da NBA, de 1,96m de altura, foi cercado por uma delegação de ginástica artística em busca de autógrafos e fotos.
? As ginastas eram todas baixinhas. A cena foi engraçada. A impressão era de que o Kobe era um professor dando aula para um grupo de alunos, tamanha era a diferença de estatura entre eles. Depois das ginastas, apareceram vários atletas e Kobe atendeu a todos com muita simpatia. Ele andava na Vila acompanhado de um segurança ? conta Hugo, que não deixou a oportunidade passar e foi o último daquele dia a conseguir um autógrafo e foto com o ala, que se aposentou neste ano.