Esportes

Manifestações e pedradas cancelam trecho da tocha em Angra

Manifestações e uma agressão à comitiva oficial cancelaram, no começo da noite desta quarta, parte do trecho do revezamento da tocha olímpica em Angra dos Reis, na Costa Verde do litoral fluminense. O incidente se deu no primeiro dia do trajeto no estado do Rio, parte final do roteiro, após percorrer todos os outros estados brasileiros, mais o Distrito Federal, onde foi iniciado o percurso.

Segundo o globoesporte.com, o clima ficou tenso na chegada da tocha a Angra ? o carro de mídia da comitiva foi alvo de pedradas durante protestos.

O revezamento da tocha chegou à cidade pouco antes das 19h, vinda de Paraty, a primeira cidade do litoral sul. Uma multidão já se preparava para o reinício do roteiro, que passaria pela Praia do Anil e pelo histórico Convento de São Bernardino de Sena. Mas a programação foi interrompida por volta das 19h30m, após tumultos e ataque ao carro de mídia.

Após o cancelamento do primeiro trecho do percurso, o evento começou às 20h20m, no centro de Angra. Os condutores que não conseguiram carregar a tocha como planejado seguiram em dupla com os seguintes. Ao mesmo tempo em que é recebida com festa pelas populações locais, a tocha já foi alvo de protestos em dezenas de outras cidades brasileiras, em mais de 20 estados.

Antes de chegar a Angra, o revezamento se despediu do estado de São Paulo, passando pelas cidades de Taubaté, São Luiz do Paraitinga e Ubatuba, e entrou em definitivo no estado do Rio, com as passagens por Paraty e Angra. Uma homenagem a um dos mais importantes atletas do Brasil foi realizada em Taubaté, quando Emmanuel de Oliveira, o ?Pulinho?, filho do medalhista olímpico e ex-recordista mundial do salto triplo João do Pulo, abriu o revezamento. Emmanuel tentou seguir os passos do pai, que morreu em 1999, mas, após dois anos treinando atletismo em alto nível, decidiu parar e continuar os estudos.

? Estou aqui hoje pela memória dele e por tudo que representou. Pena que ele não está mais entre nós para viver essa alegria ? disse Emmanuel, antes de sair com a chama olímpica nas mãos.

Já a surfista Suelen Naraisa, criada nas ondas da Praia de Itamambuca, em Ubatuba, carregou a tocha desta Olimpíada já pensando na próxima, com a perspectiva de o surfe virar um esporte olímpico em Tóquio 2020:

? Para mim, participar de uma competição olímpica seria um sonho realizado. É o objetivo de todo atleta. Como o surfe ainda não faz parte da disputa, conduzir a tocha é uma maneira de participar deste contexto.

Na caminhada rumo à capital, hoje o revezamento da tocha olímpica começa o dia em Ilha Grande, e passa por Rio Claro, Resende e Barra Mansa. O dia termina em Volta Redonda, onde a cerimônia vai contar com um bloco de carnaval. No total, 117 condutores participarão do revezamento, e o comboio percorrerá uma distância de 366 quilômetros.

Entre os condutores, vão participar personalidades brasileiras, como o cartunista e escritor Ziraldo, criador de um dos mais famosos personagens infantis do país, o Menino Maluquinho. Ele vai conduzir a tocha em Ilha Grande, onde também vai participar do revezamento sua filha, a cineasta e dramaturga Daniela Thomas.

Antonio Carlos Ribeiro, o Badalhoca, integrante da equipe que levou a medalha de prata no vôlei nos Jogos de Los Angeles, em 1984, vai conduzir a tocha olímpica em Resende, onde o ex-árbitro da Fifa Arnaldo César Coelho também participa do revezamento.