RIO ? O ministério da Cultura (MinC) anunciou nesta sexta-feira uma programação com 561 eventos no Rio durante o período das Olimpíadas e das Paralimpíadas. Em maio, o então ministro Juca Ferreira havia afirmado que o calendário contaria com duas mil atividades. O atual responsável pela pasta, Marcelo Calero, negou que tenha havido uma diminuição e afirmou que número anterior não era “verdadeiro” e representava um “discurso megalomaníaco”.
A maior parte da programação acontecerá no período dos Jogos Paralímpicos. Segundo o ministro, o objetivo é complementar o calendário já divulgado pela prefeitura, que prevê 900 atividades, a maioria delas acontecendo durante a Olimpíada do Rio. Calero destacou ainda que haveria impactos logísticos na cidade se houvesse uma concentração ainda maior de eventos no período dos Jogos Olímpicos. Estão previstos shows e exposições, em locais como a Biblioteca Nacional, Fundição Progresso, Museu Histórico Nacional e Museu Nacional de Belas Artes.
O MinC já empenhou R$ 50 milhões nas contratações e, até o fim do ano, mais R$ 35 milhões poderão ser gastos. Classificando a gestão anterior de “desastrosa”, Calero afirmou que, ao assumir o ministério, encontrou apenas um “esboço” da programação.
? Constatamos que não havia programação, mas um esboço de programação, e há uma diferença muito grande nisso. Uma coisa é fazer contatos informais e outra é fazer a contratação. Não estamos preocupados com números. Estamos preocupados em requalificar essa programação e fazer com que tenha consistência e robustez do ponto de vista jurídico ? disse o ministro, citando a “diversidade” da programação cultural.
Segundo Calero, os editais que já haviam sido finalizados, as despesas já empenhadas e as contratações que estavam feitas foram mantidos. Um festival de luzes que aconteceria na Baía de Guanabara, ao custo de R$ 4 milhões, foi cancelado. De acordo com o ministro, o gasto era “excessivo”, e o contrato, “frágil”, por a empresa responsável não preencher os requisitos para ser contratada por dispensa de licitação, como havia acontecido. Já o valor com a programação da Fundição Progresso foi reduzido de R$ 10 milhões para R$ 4 milhões.
MUSEUS NAS OLIMPÍADAS
O ministro afirmou ainda que havia risco de os museus federais do Rio ficarem fechados durante os Jogos, por falta de condições de segurança e limpeza. O governo federal remanejou R$ 236 milhões do orçamento para o MinC, o que, segundo Calero, vai permitir o funcionamento da rede.
? O Museu Nacional de Belas Artes estava em situação complicada. Tinha escritórios nossos sem internet, porque a internet não estava paga. O Ibram pegava internet de outra repartição, com um fio, porque não tinha dinheiro para pagar a internet ?criticou.
PARTE DA PROGRAMAÇÃO
Festival Interações, entre 10 de agosto e 18 de setembro na Casa Brasil, e entre 6 e 18 de setembro na Fundição Progresso
Mostra Funarte de Festivais de Música, de 6 a 18 de setembro na Fundição Progresso
Um livro por uma ideia, a partir de 8 de agosto na Biblioteca Nacional
Bonecos Mamulengos, a partir de 13 de agosto na Casa Paschoal Carlos Magno
Bienal de Música Brasileira Contemporânea, agosto e setembro na Escola de Música da UFRJ