Mais de 11 mil atletas estão vindo ao Rio para os Jogos Olímpicos, porém, nenhum deles recebe o tratamento de um seleto grupo que não entra nessa conta. Cercados de cuidados, os primeiros competidores não humanos partiram de Londres, neste tarde, e chegam ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, no fim da noite de sexta-feira. São 34 cavalos, todos do Concurso Completo de Equitação (CCE), de 10 nações diferentes: Grã-Bretanha, Irlanda, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Zimbábue, Brasil, Japão, Itália e China. Outros noves voos trarão cerca de 200 animais para as competições no Parque Equestre de Deodoro, na Zona Oeste do Rio, que também incluem as provas de saltos e adestramento.
Para transportar animais tão valiosos – todos ali passam da casa dos milhões de euros -, todo cuidado é pouco. Os cavalos são transportados num avião de carga especial, em contêineres próprios para os equinos, que revelam números impressionantes. Apenas no voo desta sexta-feira – serão três aeroportos principais de partida: Londres, Liege, na Bélgica, e Miami, nos EUA -, são 17,5 toneladas de raças variadas. Em média, no CCE, cada um 515kg.
Além da carga animal, o restante da bagagem passa das toneladas. Fora a comida que será consumida durante o voo de 11h40m, o avião trará seis toneladas de ração e feno; 9 tonaledas de equipamentos e 40 litros de água por cavalo. Assim como qualquer ser humano, há limite de bagagem para cada um. No caso dos equinos, o peso total inclui o próprio animal, incuindo bebida e comida, e 30 quilos de roupa de cama, sacos, tapetes, baldes e etc.
Durante o voo, são servidos aos animais feno e água – às vezes, com um pouco de suco de maça, para dar mais sabor, e o conforto também é essencial. Alguns vestem uma manta e a maioria usa protetores para as patas, algo como meias de viagem. Espaço tmabém não falta aos atletas equinos. Todos viajam num espaço equivalente à classe econômica (baias de 112 centímetros de largura, com dois animais por divisória), e os machos viajam na parte da frente e as fêmeas na parta detrás do avião.
Para não correrem qualquer risco, o voo conta com tripulação treinada para lidar com os cavalos, assegurando o bem-estar, a segurança e o conforto dos animais. Há também veterinários dos equinos, que o acompanham e verificam constantemente o estado de cada um. O avião também é específico para o transporte dos competidores, e conta com design personalizados das baias e zonas de controle de temperatura para evitar o estresse dos animais.
Ao chegar no Brasil, o grupo será avaliados por profissionais do Ministério da Agricultura, que autorizam a entrada dos animais no país, e por veterinários da comissão do Rio-2016. De lá, seguem para Deodoro.