
As declarações do presidente acontecerem durante um evento no Palácio Presidencial em Ancara. Em seu discurso, ele classificou como um gesto de solidariedade a decisão de derrubar os processos contra centenas de pessoas por insultos à sua pessoa, incluindo pelas redes sociais.
? Em uma ocasião pontual, perdoarei e retirarei todos os casos contra as muitas faltas de respeito e insultos contra mim ? declarou o presidente, que disse acreditar que todas as partes da sociedade, principalmente os políticos, se comportarão de acordo com a situação ?nova e sensível? da Turquia.
Além disso, ele advertiu a União Europeia (UE) e os Estados Unidos a se ocuparem de seus próprios assuntos, em vez de criticá-lo pelas represálias em massa após o golpe fracassado contra o seu governo. No total, o expurgo do governo já atingiu mais de 60 mil pessoas ? incluindo militares, jornalistas e professores.
? Alguns nos dão conselhos. Dizem que estão preocupados. Preocupem-se com seus próprios assuntos! Olhem para suas próprias ações ? afirmou.
Também nesta sexta-feira, o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse que o Exército agora já está limpo dos seguidores do clérigo Fethullah Gülen ? rival a quem o presidente acusa de ter planejado o golpe militar fracassado. Até agora, milhares de militares já foram detidos sob acusação de participação nos confrontos que deixaram 290 mortos e 1.440 feridos na madrugada de 15 para 16 de julho.
Líderes internacionais questionam as condições das detenções em massa conduzidas pelo governo turco. Diversos países e organizações pedem que a Turquia respeite o Estado de Direito e a legislação humanitária internacional na hora de punir os insurgentes, embora se mantenham favoráveis à permanência de Erdogan, que foi democraticamente eleito ao seu cargo.