DAMASCO ? O governo sírio alega que um segundo ataque com gás tóxico ao Norte da Síria foi realizado por grupos terroristas nesta terça-feira ? desta vez na cidade de Aleppo, após equipes médicas terem denunciado o lançamento de gás cloro contra áreas rebeldes em Saraqeb na véspera. Segundo a agência de notícias estatal, o episódio deixou 5 mortos e 8 feridos. Síria
? Cinco civis morreram e outros oito sofreram sufocamentos por conta de um ataque terroristas com recipientes contendo gás venenoso ? disse o diretor de saúde de Aleppo, Mohamad Hazouri, à agência SANA.
Mais cedo, socorristas de Saraqeb, que afirmam ser voluntários neutros, publicaram um vídeo que mostra vários homens com supostas dificuldades respiratórias. Os pacientes recebem máscaras de oxigênio de pessoas com uniformes da Defesa Civil.
? Sabemos que é cloro, pois fomos atingidos no passado e estamos familiarizados com o seu odor e sintomas ? contou o médico Abdel Bareeh à BBC, confirmando 28 hospitalizações.
Separadamente, um porta-voz da Defesa Civil síria informou à agência Reuters que 33 pessoas foram afetadas. Os agentes que foram ao local do ataque disseram suspeitar de gás cloro, mas não confirmaram a informação.
? Caíram cilindros de tamanho médio contendo gases tóxicos. A Defesa Civil da Síria não conseguiu determinar o tipo de gás ? afirmou o porta-voz.
Imagens que mostram as supostas vítimas circularam nas redes sociais, enquanto internautas culparam o regime de Bashar al-Assad e seus aliados russos pelo ataque. gás
Mas o governo e a oposição negam terem recorrido a armas químicas na guerra civil. Potências ocidentais dizem que Damasco foi responsável pelo uso de gás cloro e outros ataques químicos. Já o governo sírio e a Rússia acusaram forças rebeldes de usarem gás venenoso.
INTENSOS BOMBARDEIOS EM ALEPPO
Em Aleppo, a aviação russa bombardeou nesta terça-feira o sul da cidade em apoio às forças do regime, travando a ofensiva dos rebeldes que tentam romper o cerco imposto em seus bairros.
Os combates violentos entre as forças pró-regime e os rebeldes, apoiados pelo grupo extremista Frente Fateh al-Sham (antes Frente Al-Nosra, que se desvinculou da Al-Qaeda), provocaram dezenas de mortes dos dois lados desde o início da ofensiva no domingo, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Com a grande ofensiva ao sul da segunda maior cidade da Síria, os rebeldes tentam abrir uma nova rota de abastecimento para sua região e, ao mesmo tempo, evitar que o regime assuma o controle total da localidade.
Aleppo está dividida desde 2012 entre os bairros ao oeste, controlados pelo regime, e os do leste, nas mãos dos rebeldes, totalmente cercados pelo exército desde 17 de julho.Mapa ataque Saraqeb