A estreia do Brasil pelo torneio masculino de futebol foi marcada por manifestações antes de a bola rolar no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, na tarde desta quinta-feira.
O torcedor brasileiro Dimas Guimarães aproveitou o primeiro dia de jogos da competição olímpica no Mané Garrincha – antes, Dinamarca e Iraque se enfrentaram no local – para fazer uma manifestação de apoio à Polícia Federal e ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato, que investiga principalmente corrupção na Petrobras. A faixa diz: “Abaixo corrupção. Viva Moro e PF”.
– Eu acho que nesses momentos a gente deve unir o útil ao agradável, lembrar um pouco do BRasil, da situação que o Brasil enfrenta agora na área política, econômica e social.
Ele conta que é a terceira vez que traz a faixa ao estádio e diz que não teve problemas para entrar com ela.
– Eu cheguei a mostrar, mas a pessoa falou assim: não há problema, pode passar.
Do lado de fora do estádio, policiais civis que paralisaram os trabalhos roubaram a cena. A rigor, não seriam permitidas manifestações perto do estádio, mas isso não impediu que eles se aproximassem. Os policiais militares presentes não estão fazendo nada para tirar os colegas civis do local.
Eles querem aumento salarial e trazem faixas em português e inglês. Uma delas diz: “The fiscal responsibility law doens't apply to policie salaries”. Em português: “a lei de responsabilidade fiscal não se aplica aos salários do policiais”.
A decisão de paralisar foi tomada em assembleia na quarta. O Tribunal de Justiça (TJ) do DF considerou a greve ilegal, mas os policiais dizem que não foram notificações.
A faixa não chega a dizer “welcome to hell”, ou bem-vindos ao inferno, como fizeram policiais do Rio, mas seus colegas do DF chegaram perto. Eles levaram uma faixa em que dizem “caution, dangerous district”. Em bom português: “cuidado, distrito perigoso”. Também há desenhos de buracos de bala.
Francisco de Souza, dirigente da Associação Geral dos Policiais Civis, disse que eles vão se reunir ainda para decidir o que fazer. Ele defendeu a possibilidade de manifestação no local.
– A Constituição permite, é local público – disse o policial.