RIO – Integrantes da torcida organizada Mancha Verde, do Palmeiras, lamentaram nas redes sociais a morte de Moacir Bianchii, fundador e ex-presidente do grupo, na quarta-feira. Alguns deles atribuem o assassinato a divisões internas, citando uma “briga de poder” dentro da organização.
O enterro de Bianchi será nesta sexta-feira, às 13h, no Cemitério do Jaraguá, km 23 da Rodovia Anhanguera. Ele é o segundo fundador da torcida organizada a ser morto. Cléo Sóstenes, seu amigo, foi assassinado em 1988 em frente à sede.
No Facebook, um integrante da organizada reclamou de divisões dentro do grupo.
Também na rede social, outros usuários atribuiram à morte a conflitos internos.
Já no Twitter, uma pessoa relacionou o crime a uma “briga na quadra”, dizendo que a torcida “não pode ter racha”.
Na mesma rede social, outra pessoa fala sobre uma suposta briga entre Bianchi e o atual presidente da presidente da torcida organizada, Anderson Nigro, conhecido como Nando.
Moacir Bianchi foi assassinado com 22 tiros na noite de quarta-feira, na zona sul da capital paulista. O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Elisabete Sato, delegada que dirige o DHPP, afirmou ser cedo para apontar a motivação do crime.
Bianchi fundou a Mancha aos 15 anos, em 1983, mas nos últimos anos vinha se dedicando mais à escola de samba fundada pela torcida. Havia uma disputa entre os dirigentes da agremiação e integrantes da Mancha pelo controle da organizada.
DIFICULDADES FINANCEIRAS
Nos últimos anos, Moacir enfrentava dificuldades financeiras: ele respondia a ações na Justiça que somavam pelo menos R$ 102 mil, e tinha dívidas de ao menos R$ 12 mil.
Uma dessas ações foi motivada pela falta de pagamento de aluguel, e pede o despejo e o pagamento de R$ 60 mil. Outra, movida pelo Bradesco, pede aproximadamente R$ 36 mil. O dirigente respondia ainda a outros dois processos, nos valores de R$ 3.290,18 e R$ 2.558,31.
Entre 1999 e 2016, Moacir foi dono de uma boate, mas a empresa foi fechada em julho.