BRASÍLIA – O mercado formal de trabalho iniciou 2017 com saldo líquido negativo (admissões menos demissões) de 40.864 empregos. Foi o 22º mês consecutivo de fechamento de postos com carteira assinada. Apesar disso, o resultado ficou abaixo do registrado em janeiro de 2016, quando foram fechadas 99.694 vagas – segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
Em janeiro, a indústria de transformação surpreendeu com saldo positivo de 17,5 mil postos, seguido pelo setor da agropecuária, com mais 10,6 mil empregos. Já construção civil, comércio e serviços continuaram demitindo.
Para o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, o desempenho da indústria em janeiro mostra sinais de recuperação da economia. Segundo ele, o país deve voltar a gerar empregos a partir de abril.
? A indústria veio com saldo positivo em janeiro, o que sinaliza uma recuperação da economia. Acredito que a partir de abril nos devemos obter saldos positivos no Caged ? disse o ministro ao GLOBO.
Ele observou que o Caged tem mostrado uma desaceleração das demissões nos últimos meses. Embora negativo, destacou, o resultado de janeiro deste ano foi menor do que os registrados nos mesmos períodos de 2015 e 2016, que foram de 81,7 mil e 99,6 mil, respectivamente.
Para o especialista Rodolfo Torelly, do site especializado Trabalho Hoje, os dados de janeiro vieram dentro do esperado e mostram que a recuperação do emprego com carteira assinada será lenta. Torelly mencionou que o mercado de trabalho reage de forma defasada em relação a outros indicadores da economia. O primeiro trimestre costuma ser mais fraco em termos de contratações, disse.
? Devemos ter dados positivos entre os meses de abril e setembro ? destacou.
No ano passado, o pais perdeu 1,3 milhão de empregos com carteira assinada. Segundo Torelly, 2017 deve virar com saldo negativo também. Porém, bem inferior.