RIO ? Duas semanas após ser anunciado como o novo presidente da Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro, o ator Milton Gonçalves será exonerado e não continuará à frente do cargo. A medida foi tomada pelo secretário de estado de Cultura André Lazaroni, a partir de uma orientação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, do qual Milton é integrante. Segundo o ator, a secretaria executiva do Conselho entrou em contato recomendando a ele que não assumisse cargos de direção em espaços culturais pois “configuraria conflito de interesse”, devido ao exercício de cargo de conselheiro e pela influência de Milton junto à classe artística. Ao repassar a informação ao atual secretário, Lazaroni decidiu por acatar a recomendação do Conselho e exonerar o ator, assumindo ele próprio a Presidência do Municipal.
? Mediante o impedimento do Milton Gonçalves, resolvi acumular a função de presidente e fico no comando do teatro ? diz Lazaroni.
O secretário afirmou que não receberá salários pelo acúmulo de cargos, e que os vencimentos vinculados ao cargo de presidente serão repassados integralmente para a própria Fundação Teatro Municipal, o que “representa uma economia para o Municipal”, disse o secretário.
? Um fator determinante para minha decisão foi propiciar uma economia na folha de pagamento, repassando a quantia que seria destinada ao salário do presidente do teatro para qualificar a remuneração da equipe técnica, já que nosso estado atravessa uma crise de grandes proporções ? disse.
Ao mesmo tempo em que assume à Presidência do Municipal, Lazaroni anunciou o diretor de óperas André Heller-Lopes como o novo diretor artístico do Teatro. Professor da Escola de Música da UFRJ desde 1996 e com um extenso currículo de encenações, Heller-Lopes já foi coordenador de Ópera da Prefeitura do Rio, e tem com sua especialidade a ópera e a música de concerto.
? Sou um “cara da ópera”, fã de balé clássico, músico por formação, e acima disso um carioca apaixonado pelo Rio. Então recebo o convite como um desafio e um dever ? diz. ? Minha trajetória foi sempre a de dar acesso à opera, de formar novos artistas e público, há mais de 20 anos. Esse é um teatro que está no coração do Rio e que eu gostaria que entrasse em mais corações. Estou aqui para ajudar.