Cotidiano

PSDB quer mudanças na proposta de reforma da Previdência

BRASÍLIA – Principal partido da base aliada, o PSDB decidiu que não vai encampar na íntegra a proposta de reforma da Previdência do governo. A bancada foi a primeira a apresentar uma emenda ao texto, contrária às mudanças dos benefícios sociais, e está finalizando uma proposta de reforma alternativa ou pelo menos várias outras emendas que alteram pontos fundamentais, como a regra de transição e o novo cálculo do benefício. A ideia é que elas sejam subscritas também pelos demais partidos aliados.

Os únicos pontos de consenso na bancada são fixação de idade mínima, não necessariamente de 65 anos para aposentadoria, e as alterações nas pensões por morte.

? Vamos apresentar algumas emendas, que ainda estão sendo discutidas. E vamos conversar com os partidos da base para tentar que as bancadas da base subscrevam emendas em conjunto, para ser uma alteração proposta pela base governista, e não por um ou outro partido ? afirmou o líder do PSDB na Câmara, Ricado Trípoli (SP).

Segundo o vice-líder do partido na Câmara, Deputado Nilson Leitão (MT), o PSDB não vai se comportar como o PT e recusar tudo, mas quer imprimir a sua identidade à reforma. Ele mencionou que a mudança é complexa, atinge todo o mundo e faltam informações por parte do governo.

? Somos governo, mas isso não significa que vamos aprovar a proposta da forma como ela foi enviada. O texto precisa ser modificado.

? O PSDB nunca teve compromisso com a proposta do governo. Isso ficou claro desde o primeiro dia em que o texto chegou no Congresso. E se o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, continuar insistindo na aprovação do texto na íntegra, o governo vai sair derrotado – reforçou o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG).

Segundo ele, a reforma da Previdência é uma questão econômica como reforça Meirelles, mas também, social. A regra de transição proposta pelo governo (válida para homens com mais de 50 anos e mulheres, 45 anos), destacou, precisa ser flexibilizada. Esses trabalhadores não precisam cumprir idade mínima e podem se aposentar pelas regras atuais, pagando pedágio de 50% sobre o tempo que falta para aposentadoria. Os demais serão obrigados a ter idade mínima de 65 anos e passar mais tempo contribuindo para o regime.

? Os parlamentares do PSDB e de outros partidos da base estão com enorme dificuldade de defender a proposta do governo. Estão com medo mesmo. É preciso construir um texto mais razoável – destacou Marcus Pestana (PSDB-MG).