RIO – O israelense Amós Oz e o albanês Ismail Kadaré estão entre os indicados para a edição 2017 do prêmio internacional Man Booker, dado ao melhor livro de ficção traduzido para o inglês.
Kadaré, de 81 anos (e primeiro escritor a ganhar o Man Booker, em 2005) concorre com “The traitor’s niche” (sem título em português), sobre um homem no império otomano que é encarregado de transportar as cabeças cortadas dos adversários do sultão.
Já Amos Oz, de 77, disputa o prêmio com “Judas”, seu primeiro romance em uma década (ele foi indicado em 2007 pelo conjunto da obra), sobre um estudante que se vê em apuros no inverno de 1959, quando sua namorada o deixa, seus pais vão á falência e ele foi obrigado a abandonar os estudos na universidade e interromper sua pesquisa ? um tratado sobre a figura de Jesus sob a ótica dos judeus.
Alain Mabanckou, escritor francês nascido na República do Congo, que foi indicado em 2015, volta a disputar o prêmio com “Black Moses”, sobre uma figura semelhante a Robin Hood que vive suas desventuras no Congo. Já o chinês Yan Lianke, indicado no ano passado, volta com “The Explosion chronicles”, uma fantasia surreal sobre uma aldeia chamada Explosion que se transforma em uma metrópole pulsante.
Numa lista de indicados dominada por europeus homens de idade avançada, salta aos olhos o nome da argentina Samanta Schweblin, que concorre com “Distância de resgate” (traduzido para o inglês por Megan McDowell como “Fever dream”). Apenas três autoras disputam o prêmio: Samanta, a polonesa Wioletta Greg (“Swallowing mercury”) e a dinamarquesa Dorthe Nors (“Mirror, shoulder, signal”).
Uma lista mais selecionada de seis livros será anunciada em 20 de abril e o vencedor será revelado em uma cerimônia em Londres, em 14 de junho.
Indicados:
“Compass”, de Mathias Énard (França)
“Swallowing mercury”, Wioletta Greg (Polônia)
“A horse walks into a bar”, David Grossman (Israel),
“War and turpentine” Stefan Hertmans (Bélgica)
“The unseen”, Roy Jacobsen (Noruega)
“The traitor’s niche”, Ismail Kadare (Albânia)
“Fish have no feet”, Jón Kalman Stefánsson (Islândia),
“The Explosion chronicles”, Yan Lianke (China)
“Black Moses”, Alain Mabanckou (França)
“Bricks and mortar”, Clemens Meyer (Alemanha)
“Mirror, shoulder, signal”, Dorthe Nors (Dinamarca)
“Judas”, Amos Oz (Israel)
“Distância de resgate” (“Fever dream”), Samanta Schweblin (Argentina)