Cotidiano

Pezão, Eunício Oliveira e dono de joalheria vão depor em abril como testemunhas de Cabral

RIO – O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e o dono de joalheria Antonio Bernardo vão depor em abril como testemunhas de defesa do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) no processo da Operação Calicute. Antonio Bernardo é dono de uma das joalherias que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), foi usada pelo peemedebista para lavar dinheiro ilícito.

No despacho em que marca a série de depoimentos de defesa da Calicute, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, sugere que Pezão e Eunício sejam ouvidos no dia 7 de abril, às 13h. O presidente do Senado falará por videoconferência. A data correta da oitiva dos dois peemedebistas, no entanto, será definida quando os dois responderem ao ofício enviado por Bretas.

Para tentar levar o processo para tribunais superiores, a defesa do ex-governador citou Eunício e Pezão em petições apresentadas à Justiça Federal. No caso do senador, os advogados do ex-governador tentaram tirar o caso da Justiça do Rio via Supremo Tribunal Federal (STF). O argumento, neste caso, foi a suposta propina de R$ 2 milhões a Cabral que teria sido disfarçada de doação da Andrade Gutierrez ao Diretório Nacional do PMDB na eleição de 2010. O pagamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o recibo foi assinado pelo senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), que tem foro no STF e era o tesoureiro do partido na ocasião.

ADVOGADO DE LULA CONVOCADO POR ADRIANA ANCELMO

Um dos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin, foi arrolado como testemunha de defesa da ex-primeira-dama do Rio, Adriana Ancelmo. Ela teve a prisão temporária convertiva em domiciliar na última sexta-feira por Bretas. O depoimento de Zanin está marcado para o dia 5 de abril, às 9h.

O irmão do ex-governador, Maurício Cabral, e o secretário de Casa Civil do estado do Rio, Christino Áureo, serão ouvidos no dia 6 como testemunhas de defesa de Luiz Alexandre Igayara.

Igayara é presidente da Rica Alimentos e é acusado de lavagem de dinheiro. Ele teria realizado pagamentos por serviços inexistentes em benefício do esquema investigado. Os irmãos delatores Renato e Marcelo Chebar afirmaram à força-tarefa da Lava-Jato que entregavam dinheiro de propina na sede da empresa de Igayara, que, por sua vez, celebrava contratos fictícios com os membros da organização criminosa para esquentar os recursos.

Maurício Cabral foi alvo de mandado de prisão coercitiva na Operação Eficiência, um desdobramento da Lava-Jato, mas não responde a processo.