SÃO PAULO – Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, principal acionista minoritário da Usiminas, disse nesta quinta-feira que, num primeiro momento, o melhor para a siderúrgica mineira seria permanecer como uma empresa única. A falta de entendimento entre os controladores Ternium Techint e Nippon Steel tem gerado debates sobre a possível cisão da companhia.
Ele defendeu que sejam feitos estudos para que ocorra “o melhor para a empresa e não para os acionistas”. Steinbruch conseguiu no início de maio a liberação do Cade para indicar conselheiros na Usiminas, em uma decisão contestada pela siderúrgica mineira e também pelos grupos Techint e Nippon Steel
— Tem de se estudar, discutir, valorizar e aí tomar as decisões. Mas me parece que a Usiminas unida é muito mais valorosa do que dividida. Normalmente, a união faz a força, é o velho ditado — afirmou aos jornalistas depois de participar de evento do Instituto do Aço.
No painel em que palestrou, o empresário dividiu a mesa com outros CEOs de siderúrgicas como André Gerdau, da Gerdau, Sérgio Leite, da Usiminas, e Jefferson de Paula, da ArcelorMittal. Os executivos falar sobre a difícil situação enfrentada pelo setor do aço, impactado duramente pela crise econômica e pela concorrência chinesa.
Para Leite, da Usiminas, por exemplo, o mercado interno de aço no Brasil está chegando ao fundo do poço e a a recuperação será lenta.
— A estratégia para o futuro é a sobrevivência — disse Leite.
André Gerdau defendeu que no curto prazo o setor fortaleça as exportações e para o médio e longo prazo propôs a retomada da competitividade estrutural, que depende do governo, com a estabilização do câmbio e juros mais baixos, por exemplo.
Já o presidente-executivo da Arcelor Mittal pontou que na siderúrgica há um tabalho intenso para adicionar valor aos produtos, na tentativa de elevar os ganhos e não vender apenas a commoditie.
Investimento para o Brasil crescer
Ainda durante o painel, o economista Antonio Delfim Netto deu pano de fundo econômico e falou sobre os pontos problemáticos do segmento do aço. Afirmando não acreditar que o governo de Michel Temer cometerá os mesmos erros que o anterior de Dilma Rousseff, como a sobrevalorização do real, ele disse que o país só voltará a crescer quando o investimento for retomado.
— Para ter investimento é preciso haver facilidade de crédito e taxa de juros menor que a taxa de retorno — disse Delfim.