Catanduvas – No sistema prisional federal, o dilema é outro. Agentes em execuções penais querem ser ouvidos pelo futuro ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro. Entre os apelos está a nomeação de servidores de carreira para a direção do Depen e de cargos correlacionados.
Há duas semanas a classe enviou uma carta a Moro pedindo uma audiência que ainda não foi agendada. Só que nesta semana foi cogitada a nomeação de um delegado da Polícia Federal para comandar o Depen. Fabiano Bordignon, atual delegado-chefe da PF em Foz do Iguaçu, foi diretor do presídio federal em Catanduvas no período em que Moro foi juiz corregedor ali.
O nome do delegado não ecoou bem entre a categoria e, em assembleia na noite de quinta-feira, os agentes deliberaram pela emissão de um manifesto. “Esta nomeação [a de Sérgio Moro], aliada e com a correspondência aos temas travados pelo futuro presidente Bolsonaro, em campanha, ampliou nossos sentimentos de que, após 13 anos de ‘velha política’ no Depen, veríamos pela primeira vez as coisas acontecerem da maneira correta. E a maneira correta, entendemos, é ocupar os espaços com os especialistas, aqueles mais aptos a entregar valor genuíno à sociedade, na posição em que ocuparem”, diz o documento. “Enquanto os mais capacitados não assumirem as posições estratégicas, seremos eternos soldados da ineficiência, incapacitados de cumprir a missão de servir à sociedade com eficiência, paralisados pela incompetência estatal que é capaz de levar às trevas as mentes mais brilhantes”.
Ainda na tentativa de jogar luz ao tema e chamar a atenção do presidente eleito Jair Bolsonaro e de Sérgio Moro, faixas deverão ser afixadas nos cinco presídios federais – Catanduvas (PR), Mossoró (RN), Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Brasília (DF) – alertando para o cumprimento de promessas de campanha como o desaparelhamento do Estado, o reconhecimento de profissionais de carreira e a adoção de uma nova política.