BRASÍLIA – Às 16h34m de terça-feira, o grupo do WhatsApp de parlamentares do Solidariedade, partido aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apitou. Chegava uma mensagem do deputado paraense Wladimir Costa (SD), único representante da legenda no Conselho de Ética da Câmara ? contabilizado por Paulinho da Força (SD-SP), integrante da tropa de choque do presidente afastado, como voto garantido para Cunha ?, sinalizando que não seguiria a orientação do partido.
Costa não cravou, na mensagem de texto, que votaria contra o peemedebista. Mas disse estar ciente de que “uma minoria se demonstrará frustrada” com o voto que proferiria cerca de uma hora e meia depois de escrever o recado, pouco depois das 17h40m.
“Votarei com a certeza que não agradarei a tds (sic), mas agradarei a quem tenho como prioridade agradar, que é minha consciência, e evitar que nosso partido seja literalmente chamuscado e ter vossa imagem depreciada por causa de quem não possui qualquer sentimento de amor pela nossa sigla”, escreveu o deputado.
“Já com a navalha na mão para em poucos minutos cortar a própria carne”, dramatizou, antevendo as críticas e acusações, logo em seguida, de que traiu Eduardo Cunha.
Após a deputada Tia Eron (PRB-BA), que fazia mistério sobre como se posicionaria, votar a favor do relatório de Marcos Rogério (DEM-RO), foi a vez de Wladimir Costa proferir o seu voto. Ele começou dizendo que tinha “relação de amizade” com Cunha porque foram correligionários no PMDB durante 13 anos.
Em seguida, afirma que “tentaram satanizar” os que votam a favor ou contra o presidente afastado da Câmara. E finaliza: “Bom, o certo é que quem não deve não teme. Outros colegas terão a oportunidade de votar com o Eduardo Cunha. Eu não quero aqui frustrar o meu partido ou quem quer que seja ou alguns que imaginavam que iria votar diferente. Eu finalizo dizendo que nós vamos votar com o relatório do deputado Marcos Rogério. Muito obrigado”, seguido por gritos efusivos de manifestantes e adversários de Cunha.
Leia, abaixo, íntegra da nota enviada ao GLOBO por Wladimir Costa (SD-PA):
“Sei que uma minoria se demonstrará frustrada com o nosso voto, mesmo que por pouco tempo, mas a maioria se sentirão (sic) orgulhosos após nosso voto aqui no Conselho. Votarei com a certeza que não agradarei a tds mais (sic) agradarei a quem tenho como prioridade agradar quem (sic) é minha consciência e evitar que nosso partido seja literalmente chamuscado e ter vossa imagem depreciada por causa de quem não possui qualquer sentimento de amor pela nossa sigla. Já com a navalha na mão para em poucos minutos cortar a própria carne”.