SÃO PAULO ? Moradores da favela de Heliópolis, em São Paulo, acusam um policial militar de matar um cachorro conhecido na região, no último sábado, durante uma patrulha. Eles chegaram a protestar contra o ato, ateando fogo em ônibus. O ?crime? do cão Bob, que vivia pela rua, foi latir para o agente, acusam os vizinhos. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) diz que não foi registrado o óbito de Bob, mas que o caso será investigado pela 2ª Delegacia do Meio Ambiente.
A notícia da morte de Bob rapidamente se espalhou pelas redes e, claro, revoltou e dividiu opiniões dos internautas.
Uma moradora da região relatou, em sua página, que Bob dormia na calçada onde mora. Em seu texto, onde classifica o cachorro como ?meio briguento? e que ?latia para todo mundo?, revela que o cachorro rosnou e latiu para o policial quando o agente deixou sua arma cair. ?Nisso, todo mundo riu. Aí o policial ficou nervoso e atirou no cão?, concluiu.
A atitude desvelou que o caso não é inédito na região. Uma moradora, que não quis se identificar, contou ao GLOBO que já presenciou agentes fazendo tiro ao alvo com um outro cão.
? Chegou uma viatura de madrugada, por volta das 3h, e os policiais viram um pitbull solto pela rua. Então começaram a brincar de tiro ao alvo com ele. Ouvimos tudo, mas obviamente não saímos de nossas casas. Quando foram embora, eu e outros vizinhos levamos o cachorro para o veterinário, mas ele não sobreviveu. Tudo o que restou foi uma conta de R$ 1.800, rachada entre a gente. Temos uma polícia militar aparelhada, militarizada, truculenta, composta por pessoas que não têm condições de portar uma arma – desabafa.
A SSP informou, em nota, que a PM está realizando patrulhamento no entorno de bailes funk da região para prevenir crimes e garantir a segurança e o sossego da população, quando necessário. O órgão afirmou ainda que, durante o trabalho dos agentes no último sábado, um grupo incendiou um ônibus e ateou fogo em sacos de lixo para protestar contra a operação policial. No fim da nota, esclarece que não há registro de animais feridos no 95º DP (Heliópolis), onde a operação da PM e a depredação do ônibus foram relatados.
?A partir de matérias veiculadas em diversos meios de comunicação, a 2ª Delegacia do Meio Ambiente instaurou inquérito nesta sexta-feira para apurar o caso?, finalizou a SSP.
MAIS DE 250 MIL DENÚNCIAS DE MAUS TRATOS EM DEZ ANOS
Em sua página, a SaferNet Brasil, que monitora Denúncias de Crimes Cibernéticos no país, informa que em dez anos recebeu e processou 259.670 denúncias anônimas de maus tratos contra animais, envolvendo 20.096 páginas distintas (das quais 5.563 foram removidas).
Em 2015, foram 5.196 acusações, envolvendo 1.149 páginas diferentes, das quais 98 foram retiradas do ar. No ano anterior foram 5.742 comunicações anônimas, envolvendo 1.550 endereços distintos (dos quais 404 foram removidas).