O basejumper e paraquedista Luigi Cani já experimentou emoções das mais diversas pelo mundo afora. Neste sábado, foi a vez de um salto inédito na carreira: com a tocha olímpica (apagada), ele saltou de um avião em Boa Vista e pousou na comunidade indígena Campo Alegre.
– Estou em êxtase. Foi um salto difícil por causa das condições climáticas, mas conseguimos fazer de forma segura. Participar do revezamento e ver essa estrutura é grandioso e para mim representa a origem e a essência do ser humano. É uma forma de manter a tradição, o valor do desafio e das competições – disse Cani, que mantém uma relação especial com o estado desde que saltou sobre o Monte Roraima (na divisa entre o Brasil, a Venezuela e a Guiana) em 2015.
Logo que chegou em terra firme, a tocha foi acesa pelo guardião da chama (a primeira tocha acesa no estado de Roraima). Cani conduziu a tocha por alguns metros e passou a chama para Lourdes Sampaio, uma das integrantes mais antigas da comunidade e uma liderança de grande importância local. Vestida com indumentária indígena, Lourdes foi escoltada por dez guerreiros. Depois, passou por um corredor de arqueiros que a conduziu ao local da maloca. Lá, dançarinas indígenas fizeram uma apresentação tradicional em torno da condutora.
Campo Alegre é um povoado predominantemente pela etnia macuxi. Apesar da proximidade da capital, é preciso cruzar o Rio Uariquera (um dos formadores do Rio Branco, afluente do Rio Negro) para chegar na comunidade criada na década de 1980.
Campo Alegre foi escolhida pela beleza cênica (conta com uma enorme maloca no centro da aldeia) e também por ser um importante ponto de conexão entre populações indígenas e a capital do estado. A chama Olímpica chegou em Boa Vista vindo de Santarém (Pará). No dia seguinte, seguirá para Manaus (Amazonas), onde ficará por dois dias: no primeiro, haverá um revezamento na cidade e, no segundo, uma operação especial na Floresta Amazônica.